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Natura (NTCO3) anima, mas pedra no sapato ainda incomoda; veja o que dizem os analistas

12 mar 2024, 14:36 - atualizado em 12 mar 2024, 14:36
natura - ntco3
As ações da companhia, às 14h20, subiam 5,89% e os papéis eram negociados a R$ 18,35. (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Natura (NTCO3) reportou ao mercado nesta terça-feira (12) seus resultados operacionais e financeiros do quarto trimestre de 2023 (4T23). No período, a companhia registrou um prejuízo de R$ 2,662 bilhões. Apesar disso, o mercado viu como animador os números da companhia.

As ações da companhia, às 14h20, subiam 5,89% e os papéis eram negociados a R$ 18,35. O movimento positivo foi impulsionado não só pela repercussão do balaço, como também pela divulgação de aproximadamente R$ 1 bilhão em dividendos.

Vale destacar que as ações NTCO3 acumulam alta de 2,6% desde o início do ano, na contramão do Ibovespa (IBOV) que recua 5,0% no mesmo período.

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Pontos fortes do resultado, segundo os analistas

receita líquida consolidada totalizou R$ 6,61 bilhões, alta anual de 4,5% em moeda constante e queda de 17,4% em reais. O Ebitda Ajustado consolidado da companhia no trimestre foi de R$ 671 milhões, com margem de 10,1%.

Sobre receita, a Natura Latam cresceu em 8,5%, em relação ao ano anterior, enquanto na Avon Internacional caiu 6,1%.

O relatório, assinado pela analista Georgia Jorge, do BB Investimentos, destacou entre os resultados a elevação de margens na comparação anual, refletindo a elevação de preços e melhoria do mix de produtos, além de evoluir na geração de caixa operacional.

O Goldman Sachs também pontuou as tendências animadoras com um crescimento robusto da marca Natura no Brasil e enxerga o resultado com otimismo.

Os analistas observam que a empresa está se esforçando para estabilizar as vendas da marca Avon ainda este ano, diante dos investimentos já realizados para a adoção de um modelo comercial mais adequado. Outro ponto é a redução da complexidade do portfólio e simplificação da operação, além dos avanços na maturação da Onda 2 na América Latina.

Nem tudo são flores (nem perfumes)

Mesmo com essa visão de melhores cenários para a Natura, o BB Investimentos optou pelo rebaixamento da recomendação para neutra.

Na análise, Jorge ainda vislumbra a retração de vendas, com destaque para a marca Avon – adquirida pela companhia em 2020 – que mesmo passando por um projeto de reestruturação, ainda sofre para reconquistar sua relevância no mercado. Além disso, o banco acredita que os avanços operacionais já foram precificados.

O Goldman pontuou um elevado nível de despesas extraordinárias e de reestruturação, além de fatores de risco que permanecem acompanhando a companhia que é a deficiência de estoque.

O banco manteve sua recomendação neutra para a ação da companhia com preço-alvo em R$ 18,00, um upside de 3,9%.

O que diz a Natura sobre 2024

Os executivos da Natura realizaram, nesta terça-feira de manhã (12), uma transmissão ao vivo para falar sobre os resultados divulgados mais cedo e avaliaram uma ampliação da margem bruta na América Latina neste ano.

Segundo a Reuters, apesar de não divulgaram uma meta para o indicador, o presidente-executivo da companhia, Fábio Barbosa, também falou sobre o nível de competição na região e avaliou que os mercados tem se beneficiado de aumento de preços e não de volume.

“2023 marcou um capítulo fundamental na história da companhia, lançando as bases para os horizontes ambiciosos que pretendemos alcançar em 2024 em diante. Estamos confiantes com os resultados positivos obtidos com a estratégia definida em 2022, mas precisamos continuar evoluindo. Margens e geração de caixa continuam sendo prioridades no curto prazo, abrindo caminho para investimentos adicionais em marcas e tecnologia”, afirmou Barbosa, no comentário atribuído ao relatório.