Natura começa a virar a página com Avon
A Natura (NTCO3) começou a virar a página com a Avon (AVON34), disseram os analistas da Ágora Investimentos, BTG Pactual, Ativa Investimentos e BB Investimentos em relatórios enviados aos clientes e obtidos pelo Money Times nesta última sexta-feira (13).
Para a Ágora, o crescimento de 72% das vendas da Avon no último trimestre mostrou as primeiras vitórias de uma melhor gestão na subsidiária da empresa de cosméticos, o que gerou uma surpresa positiva.
“A boa notícia é que a Natura está registrando ganhos de market share (mercado) da Avon no Brasil (uma boa notícia por si só) e isso está sendo conquistado junto com ganhos de market share também para a controladora, o que dá um sinal precoce de que as duas marcas são complementares”, afirmou Flávia Meirelles ao assinar o relatório da corretora.
A analista também destacou a recuperação na satisfação dos representantes da Avon no Brasil, além da evolução em alguns mercados da Avon Internacional, o que tende a reduzir a taxa de rotatividade, diminuindo os custos de novos recrutamentos, melhorando o serviço oferecido ao consumidor final.
“Por fim, destacamos os comentários da administração sobre os ganhos de participação de mercado da Avon nas Filipinas, África do Sul, Itália e Romênia, a primeira vez que ouvimos sobre ganhos de participação de mercado para a Avon Internacional, com exceção do Reino Unido”, comentou Meirelles.
Por isso, a Ágora elevou o preço-alvo da Natura para R$ 75 e manteve a recomendação de compra.
Ação está um pouco cara, mas ainda tem força
A Ativa Investimentos relatou que a Avon começou a mostrar maior produtividade de suas representantes, com crescimento de dois dígitos na satisfação, sendo assim, conquistando uma maior participação no mercado.
A corretora também gostou das vendas no Brasil, com crescimento de 26,2%. Todavia, os especialistas do setor financeiro alertaram sobre uma queda na produtividade da própria Natura.
“De negativo no resultado de Natura, tivemos uma queda na produtividade por consultora de 5,6% no trimestre, visto que as novas consultoras ainda estão em estágios iniciais de construção de suas atividades”, afirmou Pedro Serra em relatório enviado pela Ativa.
O analista observou ainda que a ação está um pouco cara, com o indicador P/VPA em 2,5x.
Todavia, Serra relatou que segue acreditando que a companhia deve continuar conquistando mercado em seus diversos segmentos de atuação.
Sendo assim, o especialista do setor financeiro recomendou compra para os papéis da Natura com preço-alvo de R$ 59,50.
Sinergias e dívidas
O BB Investimentos teceu elogios sobre o início de captação das sinergias entre a Avon e a Natura, que foi maior do que o estimado inicialmente.
Além disso, para Georgia Jorge, as sinergias impactaram positivamente no crescimento de 8 pontos percentuais da margem líquida, no comparativo anual.
Não obstante, o banco calculou que o endividamento da companhia diminuiu drasticamente, de 5,2x na relação dívida Líquida/EBITDA para 1,5x.
“Ainda não incorporamos os fortes resultados apresentados pelo Grupo no 1º semestre de 2021, o que ocorrerá em nossa próxima revisão de preço. No momento, mantemos nosso preço-alvo para o final de 2021 em R$ 54,80 com recomendação de compra”, concluiu Georgia Jorge.
Ação está descontada
Segundo o BTG, a digitalização é um ponto positivo da companhia, além de uma estrutura de capital melhor após dois aumentos no ano anterior.
Além disso, os analistas discordaram em alguns pontos com o a Ativa Investimentos. Para o banco, o papel está 10% descontando em relação aos pares internacionais, levando em conta o indicador EV/EBITDA em 15x em 2022.
“Estamos mais otimistas quanto à tese de investimento da Natura”, concluíram os especialistas após recomendar compra para as ações.