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Natal irá entregar o que Black Friday não entregou para MGLU3, VIIA3 e AMER3?

15 dez 2022, 15:49 - atualizado em 15 dez 2022, 15:49
Varejistas
Expectativa é de alta nas vendas do e-commerce neste Natal, o que pode beneficiar varejistas(Imagem: Tãnia Rêgo/Agência Brasil)

As compras de Natal devem movimentar R$ 17,32 bilhões no e-commerce em 2022, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).

O número representa aumento de 3,82% em relação ao mesmo período de 2021, que foi de R$ 16,6 bilhões,  um cenário oportuno para varejistas, como Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3).

A pesquisa aponta ainda que, neste ano, o ticket médio está projetado em R$ 450 na compra dos consumidores. No ano passado, a média do valor de compras foi de R$ 445. O número de pedidos deve chegar a 38,5 milhões, também maior que os 37,5 milhões registrados no Natal de 2021.

“Em um Natal que consolida a retomada econômica pós-pandemia, a intenção de consumo das famílias aumentou e a confiança do empresário também registrou altas seguidas este ano. A data é uma das mais importantes do varejo internacional e, aliada às perspectivas positivas para o Brasil no ano que vem, devemos contar com um Natal bem aquecido”, avalia Mauricio Salvador, presidente da ABComm.

Varejistas podem se beneficiar?

Segundo os dados da Associação, o aumento previsto gera otimismo entre consumidores e lojistas e está aquecendo o mercado do e-commerce já no terceiro trimestre de 2022. No período, o segmento de vendas chegou aos R$ 43 bilhões de faturamento, com 94 milhões de pedidos registrados.

Apesar disso, este é um ano atípico, visto que a Copa do Mundo iniciou em 20 de novembro e vai até este domingo (18), a uma semana do Natal.

A junção de eventos impactou a Black Friday que, apesar da expectativa de incentivar o varejo, acabou decepcionando.

A XP Investimentos, em relatório que avaliou a junção dos eventos, aponta que existem desafios para as compras por impulso, já que os consumidores provavelmente devem se concentrar em assistir aos jogos da Copa durante esse período.

Em meados de agosto, a casa de análises participou de eventos e palestras de comércio eletrônico, tanto presenciais quanto online para avaliar sentimento das varejistas em  relação à demanda, e o consenso foi de incerteza.

Dentre as razões para isto, foi destacado impacto das compras relacionadas à Copa do Mundo na renda disponível para Black Friday e Natal.

Em linha, a professora de pesquisa e comportamento do consumidor da ESPM, Karine Karam, coloca que eleições, inflação, juros altos, endividamento das famílias, achatamento da renda das classes C e D, que correspondem a metade do consumo no país, são outros fatores que derrubaram a grande expectativa para o Natal de 2022.

“A incerteza do cenário político, juntamente com problemas na economia, realização da Copa, certamente refletem na contração do consumo. O mindset do consumidor ainda não está no Natal, provavelmente o brasileiro vai deixar as compras natalinas para a última hora”, diz.

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