Wall Street

Nasdaq aos 18 mil pontos pela primeira vez: o que faz Wall Street renovar as máximas históricas?

28 jun 2024, 12:10 - atualizado em 28 jun 2024, 12:10
Mercados Wall Street Nasdaq
(Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

Em um pregão para ficar na memória dos investidores, os índices de Wall Street operam nas máximas históricas.

Nas primeiras horas do pregão, o S&P 500 renovou o recorde intradia aos 5.523,21 pontos. Já o Nasdaq superou os 18 mil pontos pela primeira vez.

O apetite ao risco em Nova York tem nome: a inflação de maio dos Estados Unidos.

O Índice de Preço de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) permaneceram inalterados em maio — o que retomou as expectativas pelo início dos cortes da taxa de juros ainda este ano pelo Federal Reserve (Fed, o BC norte-americano).

Nos 12 meses até maio, o índice aumentou 2,6%, depois de avançar 2,7% em abril.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o núcleo do PCE subiu 0,1% no mês passado, de alta de 0,3% em abril, informou o Departamento de Comércio do país nesta sexta-feira (28).

O núcleo da inflação aumentou 2,6% na comparação anual em maio, o menor avanço desde março de 2021, após um aumento de 2,8% em abril. Os resultados vieram em linha com o esperado pelo mercado.

Vale lembrar que o PCE é principal referência de inflação para o Fed e faz parte do conjunto de dados que orientam as decisões de política monetária.

Por outro lado, os gastos dos consumidores, que representam mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, aumentaram 0,2% no mês passado, depois subirem 0,1% em abril, segundo o relatório.

A inflação, os custos mais altos dos empréstimos, a moderação dos ganhos salariais e a diminuição da poupança estão retendo os gastos.

Os gastos dos consumidores desaceleraram acentuadamente no primeiro trimestre, ajudando a restringir a economia a um ritmo de crescimento anualizado de 1,4%, de expansão de 3,4% no quarto trimestre.

As estimativas de crescimento para o segundo trimestre estão, em sua maioria, abaixo de 2%.

Wall Street e as apostas de cortes nos juros

A inflação está recuando após um pico no primeiro trimestre, já que os aumentos de 525 pontos-base (pb) ponto percentual nos juros pelo BC dos EUA desde 2022 esfriaram a demanda interna.

A inflação, entretanto, continua acima da meta de 2% do Fed.

O Fed tem mantido sua taxa de juros de referência na faixa atual de 5,25% a 5,50% desde julho passado.

Embora as autoridades tenham adotado recentemente uma perspectiva mais dura, os mercados financeiros esperam que o Fed inicie seu ciclo de afrouxamento em breve.

Após o PCE de maio, as apostas de cortes nos juros na reunião de setembro do BC norte-americano aumentaram. Além disso, o mercado já precifica duas reduções nos juros até dezembro.

Os traders agora veem 67,7% de chance de o Fed cortar 25 pb, que colocaria os juros nos EUA no intervalo de 5,50% a 5,75% ao ano, de acordo com a ferramenta de monitoramento do CME Group. Ontem (27), essa probabilidade era de 61,1%.

Até dezembro, a probabilidade de redução acumulada de 50 pb avançou de 43% (antes do PCE) para 45,4%.

*Com informações de Reuters 

Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.