Não se empolgue com o Magazine Luiza; ações já renderam tudo o que podiam
No geral, o analistas gostaram dos números do quarto trimestre, divulgados pelo Magazine Luiza (MGLU3). Entre os destaques, foram citados o crescimento das vendas, o aumento do ebitda e a continuidade dos investimentos no e-commerce.
O problema, contudo, é que tudo isso deve ajudar pouco na valorização das ações.
Em um rápido comentário, a Guide Investimentos classificou os resultados da varejista como “robustos”, a ponto de compensar o ebitda ligeiramente abaixo das expectativas, devido à consolidação da compra da Netshoes.
Ao reiterar sua visão “positiva” para a empresa em 2020, a Guide enfatiza os investimentos que o Magazine Luiza deve realizar para se transformar numa plataforma de serviços, conjugando as lojas físicas com o comércio online.
Muita calma
A XP Investimentos também elogia o desempenho do empresa, e observa que o lucro líquido foi surpreendente. Com R$ 4,7 bilhões em caixa em dezembro, a companhia tem pernas para continuar seu investimento na integração de plataformas, segundo a gestora.
“Vemos espaço para potenciais surpresas positivas em relação à estratégia de alocação de capital da companhia”, afirma a XP, em relatório aos clientes assinado por Pedro Fagundes.
Tudo isso é muito bom, mas não deve repercutir por muito tempo no preço dos papéis, já que a empresa já é negociada a múltiplos elevados, de acordo com o analista da XP. “Temos dificuldade em justificar um potencial de alta significativo nos níveis atuais”, diz.
Por isso, a gestora mantém sua recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 58 para o fim de 2020. A questão é que a cifra é ligeiramente menor que a cotação desta segunda-feira (17).
Por volta das 14h28, os papéis eram negociados por R$ 58,69, com alta de 4,19%, muito acima do 0,87% que o Ibovespa registrava no mesmo instante, ao marcar 115.379 pontos. Se a XP estiver correta, isso é o máximo que veremos do Magazine Luiza neste ano – e nem chegamos no Carnaval.