Não mais só de domingo, macarrão também vai cozinhar choque de demanda maior e oferta menor
Que o diga a M. Dias Branco (MDIA3), que com seus 34% de participação no mercado de massas está torcendo para o consumo aumentar contra a queda do arroz nas alturas. Só que a companhia e as demais terão que repassar para seus preços a conta que também vai ficar salgada do trigo.
O analista de mercados Vlamir Brandalizze está vendo R$ 1,1 a R$ 1,2 mil a tonelada no mercado interno sofrendo pressão altista mesmo com a colheita rodando somente no Paraná, por enquanto.
E nos portos, para entrega em novembro e dezembro, em até R$ 1,050 mil.
Sim, o Brasil, exporta, apesar de seu proverbial déficit de oferta, porque, segundo Brandalizze, a liquidez do trigo é mensal, muito de acordo com o momento interno, portanto as 500 mil toneladas tradicionais, por safra, acabam sendo embarcadas porque muitos produtores precisam fazer dinheiro mais imediatamente. Também concorre para ajudar na alta.
Mas, voltando à situação de cotações do trigo, lembra-se que a força consumidora do macarrão, para milhares de famílias quase que de segunda a segunda, depois que o arroz incorporou o déficit gerado pela exportação, também está acompanhada de uma safra menor.
O Brasil deve tirar no máximo 6,8 milhões de toneladas, contra previsões iniciais da cultura de inverno de 7,3 milhões/t. Doses de geadas e seca atualmente limitaram a produtividade.
No Rio Grande do Sul, o segundo maior produtor, a colheita ficará ente 2,2 e 2,3 milhões/t. No líder Paraná, a perda pode chegar a 400 mil/t, caindo a produção para 2,9 milhões/t.
As importações chegarão a algo em torno de 6,5 milhões/t, sob um dólar seguindo tranquilamente abem acima dos R$ 5,20, pelo menos hoje (15).