“Não houve frustração nenhuma”, diz Bolsonaro sobre leilão da cessão onerosa
O presidente Jair Bolsonaro negou nesta quarta-feira uma frustração com o leilão de petróleo da cessão onerosa, classificando-o como “um sucesso”, apesar de duas das quatro áreas ofertadas não terem recebido lance, do valor arrecadado ter sido menor que o previsto e da baixa participação de petroleiras estrangeiras no certame.
“Tinham quatro áreas, foram vendidas duas. Foi um sucesso, não houve frustração nenhuma”, disse Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada para seguir a um evento.
“O campo mais importante foi vendido. Não houve frustração, estamos fazendo o nosso trabalho. O dinheiro é bem-vindo”, acrescentou o presidente.
O maior dos campos colocado em leilão foi o de Búzios, arrematado por um consórcio em que a Petrobras (PETR3;PETR4) tem 90% de participação e duas estatais –as chinesas CNODC e CNOOC ficaram com o restante, com 5% cada.
Um segundo campo, o de Itapu, também foi arrematado pela Petrobras, dessa vez sozinha. Havia expectativa de arrecadação de 106,6 bilhões de reais com o leilão, mas o valor ficou em 70 bilhões de reais.
Mais cedo, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse que o governo Bolsonaro considerou o leilão “exitoso”.
“O leilão desta manhã foi considerado um sucesso, diferente do que vem sendo equivocadamente veiculado. Havia expectativas de 100 bilhões (de reais), atingimos 70 bilhões (de reais). Setenta bilhões significa que este foi o maior leilão deste tipo no mundo”, disse em briefing regular à imprensa, ao destacar que governo, Estados e municípios vão receber sua parcela desse montante.
“De forma alguma consideramos que tenha havido um insucesso, nós consideramos sim que foi exitoso o leilão e temos expectativas futuras, inclusive para esses dois outros poços que não foram neste momento incluídos no processo, para que futuramente eles sejam apresentados e que possam ser absorvidos pela iniciativa privada”, completou.
Argentina
O porta-voz também informou que o ministro da Cidadania, Osmar Terra, vai representar Bolsonaro na posse do presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, marcada para dezembro.
Barros disse que Bolsonaro identificou em Osmar Terra o “representante digno” do país na questão das relações bilaterais com a Argentina.
Sem dar detalhes, o porta-voz afirmou que foi um “equívoco” a postagem feita em rede social do presidente na qual ele anunciou mais cedo que empresas iriam trocar a Argentina pelo Brasil –o comentário foi posteriormente excluído após as multinacionais Honda, L’Óreal e a fábrica de motores MWM desmentirem a mudança.
“Ele identificou o equívoco e determinou a retirada, não tenho como te adiantar como ele identificou o equívoco”, disse.