Commodities

Não há espaço para petróleo extra da Opep, diz CEO da Mercuria

23 set 2020, 14:47 - atualizado em 23 set 2020, 14:47
Petroleo
“Não precisamos do petróleo extra”, disse Dunand na sede da empresa em Genebra (Imagem: REUTERS/Essam Al-Sudani)

Os mercados globais de petróleo não serão capazes de absorver os aumentos de produção planejados pelos membros da Opep+, já que a demanda continua mais fraca do que o esperado, disse o diretor-presidente da trading de commodities Mercuria Energy.

Os estoques de petróleo têm se acumulado em setembro e não diminuirão o suficiente no restante do ano para estarem em equilíbrio se o cartel continuar com o plano de diminuir os cortes de produção no início do próximo ano, disse Marco Dunand, cofundador e CEO da Mercuria em entrevista.

“Não precisamos do petróleo extra”, disse Dunand na sede da empresa em Genebra.

A previsão, feita por uma das maiores tradings de petróleo independentes do mundo, é ameaçadora para a Arábia Saudita, Rússia e o restante da Opep+, que fizeram cortes históricos na produção neste ano na tentativa de salvar o mercado atingido pela pandemia de coronavírus.

Com o cartel prestes a discutir o afrouxamento de algumas dessas restrições a partir de janeiro de 2021, o alerta de que os estoques se acumulam novamente pode levar a Opep+ a reconsiderar a questão.

Dunand disse que os estoques globais de petróleo aumentaram de 500 mil a 1 milhão de barris por dia em setembro, mas cairão cerca de 1 milhão de barris por dia no quarto trimestre.

“Vemos uma boa quantidade de petróleo indo para os navios, para o armazenamento flutuante agora”, disse. “Estamos enchendo tanques, como armazenamento flutuante e tanques terrestres em setembro”, afirmou. Houve uma desaceleração no processo de reequilíbrio global.”

O atual excesso de oferta é parcialmente culpa da Opep+, que começou a reduzir os cortes de produção em agosto e injetou mais de 1 milhão de barris por dia em um mercado fraco, disse Dunand. O grupo planeja se reunir em 1º de dezembro para decidir se adicionará mais 2 milhões de barris por dia a partir de janeiro de 2021.

“Não acho que o mercado possa aceitar esse petróleo extra”, afirmou.

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