Não foram os gringos: Vendas de ações na B3 superam R$ 1 bi em meio à arrancada do Ibovespa
Os investidores estrangeiros não foram os responsáveis pela arrancada do Ibovespa (IBOV) nesta reta final de março, com o principal índice acionário da bolsa brasileira acumulando cinco altas consecutivas até ontem. Os gringos até que pareciam dispostos em caçar “pechinchas” ao final da semana passada, mas iniciaram a última semana do mês vendendo ações no mercado secundário da B3.
Aliás, os saques ganharam força já na segunda-feira (27), quando o saldo diário de capital externo ficou negativo em R$ 892,7 milhões. No dado mais atualizado, referente ao dia seguinte (28), as retiradas somaram R$ 184,9 milhões. Ou seja, em apenas dois dias, houve saída de pouco mais de R$ 1 bilhão em recursos estrangeiros na B3.
Confira o saldo diário de capital externo na B3 nos últimos dias:
Data | Saldo líquido de K externo (milhões) |
24/03/2023 | 262,56 |
27/03/2023 | (892,7) |
28/03/2023 | (184,9) |
Gringos vendem, bancos compram
Nesse período, porém, o Ibovespa recuperava a marca simbólica dos 100 mil pontos. Portanto, o movimento foi capitaneado pelo investidor institucional (bancos e corretoras), que aportou R$ 980 milhões nos dias 27 e 28, somados. Já o individual (“pessoa física”) vendeu mais (R$ 269,3 milhões) do que comprou (R$ 54,1 milhões) nesses dois dias.
Com isso, o saldo parcial de recursos estrangeiros em março até o dia 28 está negativo em R$ 4,6 bilhões. Já o saldo do investidor institucional migrou para o positivo, agora em R$ 659,3 milhões, enquanto o grupo referente à pessoa física tem superávit de R$ 2,5 bilhões no mês até a mesma data.
No acumulado do ano, os aportes dos gringos em janeiro ainda sustentam o superávit de capital externo. Ainda assim, essa conta encolheu a R$ 6,3 bilhões, com o volume de saídas em março sendo ainda mais intenso do que o observado em fevereiro, quando houve retirada de R$ 1,7 bilhão.
Já os locais individuais também estão no azul, com superávit de R$ 3,4 bilhões em 2023 até 28 de março. Na outra ponta, bancos e corretoras acumulam déficit de R$ 10,2 bilhões no mesmo período.