Não faz sentido a Oi aumentar o capital em R$ 2,5 bi, avalia Bradesco
Não faz sentido a Oi (OIBR3; OIBR4) realizar um outro aumento de capital de até R$ 2,5 bilhões antes do final de seu processo de recuperação judicial (fevereiro de 2020), avalia o Bradesco BBI em um relatório enviado a clientes nesta quinta-feira (12).
A empresa anunciou a possibilidade no item 5.3 do seu plano de recuperação judicial. Rumores indicam que a tele já estaria procurando assessores financeiros. Na visão dos analistas Fred Mendes e Flávia Meireles, isso não é racional mesmo com déficit de financiamento de R$ 4,5 bilhões, já considerando o aumento de capital de R$ 4 bilhões.
“Acreditamos que um aumento de capital neste momento é improvável, já que a Oi ainda tem outras opções para financiar o capex de seu processo de recuperação. No entanto, se estivermos errados e ocorrer um aumento de capital, veremos isso como negativo para a Oi e seria difícil conseguir que os acionistas apoiassem esse novo aumento, considerando a recente injeção de caixa e a falta de progresso com relação à aprovação do PLC79 (lei de reforma das telecomunicações)”, aponta o relatório.
A recomendação para ação foi mantida em compra, com preço-alvo de R$ 2,10 (OIBR3).
O Bradesco aponta três razões para sustentar a opinião:
1 – A Oi está negociando sua participação na Unitel (ativo em Angola), que deve valer cerca de US$ 1 bilhão ou mais, de acordo com as últimas notícias. “Isso deve ser suficiente para financiar quase inteiramente essa lacuna”, avalia o banco.
2 – Iminência da divulgação do plano estratégico. “Isso pode incluir a venda de sua operação móvel, que deve ter um valor maior do que o gap de financiamento”, aponta.
3 – Os investidores perceberiam esse movimento muito negativamente, considerando o recente aumento de capital e a falta de progresso na aprovação da lei de reforma das telecomunicações (PLC79), colocando mais capital em risco.