Política

“Não encha o saco” de quem usa cloroquina e ivermectina contra Covid-19, diz Bolsonaro

07 maio 2021, 10:36 - atualizado em 07 maio 2021, 10:38
Jair Bolsonaro
Em sua live na noite de quinta-feira, Bolsonaro voltou a recomendar a ivermectina como “cura” para a Covid-19 (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Em publicação em sua conta no Facebook nesta sexta-feira o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o uso de medicamentos sem comprovação científica para tratar a Covid-19 e disse para os contrários a esse uso: “não encha o saco”.

A publicação foi uma resposta à CPI da Covid no Senado, em que na quinta-feira o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi duramente questionado sobre sua posição sobre o uso de cloroquina e ivermectina no tratamento da Covid-19, mas se esquivou de dar uma resposta clara.

“Resposta aos inquisidores da CPI sobre o tratamento precoce”, escreveu o presidente no início de sua publicação, citando em seguida que alguns médicos receitam a cloroquina –indicada para malária e algumas doenças autoimunes, mas não para Covid-19– e outros receitam ivermectina –um antiparasitário também sem indicação para a doença causada pelo coronavírus.

Um terceiro grupo, disse o presidente, segue o que ele chama de seguidores do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, “manda o infectado ir para casa e só procurar um hospital quando sentir falta de ar (para ser intubado)”.

“Portanto, você é livre para escolher, com o seu médico, qual a melhor maneira de se tratar”, escreveu. “Escolha e, por favor, não encha o saco de quem optou por uma linha diferente da sua, tá ok?”

Em sua live na noite de quinta-feira, Bolsonaro voltou a recomendar a ivermectina como “cura” para a Covid-19, algo que a expressiva maioria dos médicos e cientistas dizem não ter qualquer comprovação de eficácia.

Bolsonaro disse ter tido novamente sintomas da doença e ter tomado o remédio, o que o teria curado. Nas últimas semanas, o presidente manteve sua agenda normal, inclusive com viagens e visitas à periferia, em que provocou constantes aglomerações e, na maioria das vezes, sem usar máscara. Também não há informações de que tenha ido fazer novamente um teste para detectar a Covid-19.