Não é só prejuízo: Nubank (NU) terá perda de qualidade no 2T22; Inter (INTR) seguirá mesmo caminho, diz Santander
As fintechs continuarão sofrendo com a piora da economia e alta dos juros, estima o Santander em relatório enviado a clientes.
Segundo os analistas, essas companhias deverão enfrentar:
- desaceleração no crescimento do crédito, à medida que os bancos adotam políticas de crédito mais conservadoras para enfrentar o ambiente econômico mais difícil;
- aumento acentuado no inadimplência, oriunda principalmente de empréstimos não garantidos, notadamente PMEs, empréstimos pessoais e cartões de crédito;
“Acreditamos que nem o Nubank (NU), nem o Inter estão bem posicionados para enfrentar essas tendências durante o segundo trimestre, razão pela qual temos uma perspectiva de lucro mais fraca para ambos no segundo trimestre”, coloca.
Veja o que esperar do balanço dos bancos, que devem ser divulgados amanhã (15):
Nubank, piora do resultado
Para o Nubank, o Santander espera lucro líquido ajustado líquido de R$ 7 milhões, queda de 57% no ano. Sem o ajuste, o roxinho deverá ter prejuízo de R$ 83 milhões.
“Apesar de nossas expectativas de forte crescimento de receita, projetamos que o Nubank reportará uma deterioração de 100 bps na qualidade dos ativos, principalmente de empréstimos pessoais, que acreditamos que poderiam levar a provisões 321% maiores em relação ao ano anterior, pressionando o resultado”, dizem.
No caso das receitas, os analistas veem crescimento de 204% no ano, beneficiadas principalmente por receitas de juros mais fortes, favorecidas por maiores rendimentos de crédito, mas também por uma melhora de 89% em taxas e comissões.
Já os custos totais (excluindo provisões) podem crescer 321%, principalmente devido aos custos de captação, enquanto que as despesas operacionais podem crescer 149%, principalmente devido às estratégias de expansão do Nubank e ao impacto da inflação.
Inter
No caso do Inter, o Santander espera um lucro líquido de R$ 31 milhões, “uma sólida melhora em relação aos R$ 18 milhões do ano passado”.
Porém, os analistas destacam que o resultado pode ser pressionado pelo maior custo de captação, “pois acreditamos que o Inter continuou lutando para reprecificar empréstimos e maiores provisões, fruto da deterioração de 40 bps (pontos-base) do NPL”.
Em relação à qualidade do ativo, os analistas veem uma deterioração de 40 bps nos NPLs, atingindo 3,6%, devido ao aumento da inadimplência em empréstimos não garantidos, como cartões de crédito e PMEs, que acreditamos poder levar a despesas de provisão 158% maiores em uma base anual.
Além disso, o Santander espera uma desaceleração do crescimento do crédito no segundo trimestre, embora ainda forte em 60,8% no ano, impulsionado principalmente pelo consignado, PMEs e cartões de crédito.
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