Não é só a Vale (VALE3): Usiminas (USIM5) enfrenta dia ruim na Bolsa após resultados; veja 5 recomendações
Esta sexta-feira (28) não está ruim só para a Vale (VALE3). Usiminas (USIM5) é outra empresa de mineração e siderurgia que vê suas ações caírem forte. Além do fator “minério de ferro” no exterior, que estendeu perdas na sessão de hoje, o mercado repercute resultados fracos do setor.
A Usiminas viu seu lucro encolher mais de 70% no segundo trimestre do ano ante igual período de 2022, a R$ 287 milhões.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado tombou 81%, atingindo R$ 366 milhões entre abril e junho de 2023.
A receita líquida da empresa também sofreu queda, vindo 19% menor em relação a um ano antes. O montante ficou em R$ 6,8 bilhões.
A Usimimas viu o volume de vendas de aço contrair 11% no comparativo anual. O volume de vendas de minério de ferro, por outro lado, ficou estável, totalizando 2,4 milhões de toneladas.
Por volta das 13h05, as ações da Usiminas desabavam quase 4%, negociadas a R$ 7,20 cada.
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Mais um trimestre fraco
Os resultados da Usiminas foram mais uma vez prejudicados pela queda do preço do minério de ferro e pela apreciação do real, destaca a Ativa Investimentos. Em paralelo, a corretora avalia que os volumes na divisão de siderurgia vieram fracos, como esperado.
Apesar de um lucro líquido acima do esperado, a margem bruta e o Ebitda não atenderam as expectativas, levanta a Ativa.
“Vemos os resultados novamente sendo recebidos com ceticismo pelo mercado frente a fraqueza operacional exibida e a continuidade da expectativa de menor geração de caixa até o ramp-up do Alto Forno #3“, afirma.
A Ativa segue com a opinião de que a Usiminas terá que ser mais cautelosa por conta da conjuntura, enquanto finaliza a parada programa do Alto Forno 3.
Além disso, a instituição enxerga com ceticismo os preços de minério de ferro nos próximos meses. O momento em siderurgia também demanda cautela, sobretudo com prêmios de aço plano, que já ultrapassam os 30%.
Dos resultados, o Inter Research chama atenção para a elevação dos custos e despesas, que acabou pegando o mercado de surpresa.
“Mas, conforme o ramp up do novo forno acelera no fim do ano e o efeito de insumos a preços menores passa pelo balanço da companhia, devemos ver essa linha arrefecendo e ajudando na recuperação de margens”, ressalta.
USIM5: apesar de números fracos do 2T23, vale comprar?
O Inter tem recomendação de compra para as ações da Usiminas, apesar da fraqueza nos números atualmente. A companhia manteve o guidance de vendas de produtos de aço e para a mineração, “o que nos deixa confortáveis com a projeção para as receitas”.
O preço-alvo estipulado pela instituição ao fim de 2023 é de R$ 10.
A Ativa, por outro lado, defende vender USIM5, tendo em vista o ceticismo em relação à dinâmica futura do mercado de minério de ferro e siderurgia. O preço-alvo sugerido é de R$ 7, o que implica potencial de queda de 6,54%.
Outros analistas do mercado reforçaram suas recomendações após os resultados. Goldman Sachs tem classificação de compra para o nome, com a principal justificativa sendo o valuation descontado (a ação negocia a 3,2 vezes valor da empresa sobre Ebitda para 2024, ante múltiplo histórico de 6 vezes).
“Mas acreditamos que incertezas elevadas sobre os resultados e a pressão no fluxo de caixa livre (capital de giro e capex) podem limitar um re-rating dos preços das ações no curto prazo”, pondera o banco.
Como a Ativa, o Itaú BBA tem recomendação de “underperform” (desempenho esperado abaixo da média do mercado, equivalente a “venda) e preço-alvo de R$ 7.
Já o Santander adota postura “neutra”, com preço-alvo de R$ 8, de olho no guidance estável (trimestre a trimestre) de 0,9-1 milhão de toneladas para os volumes de vendas de aço no terceiro no terceiro trimestre, mesmo sendo um período sazonalmente mais forte.