Não compre no primeiro aumento dos juros, recomenda BofA
O velho ditado do mercado de renda variável que recomenda comprar no primeiro aumento dos juros e vender no penúltimo pode não funcionar desta vez com a inflação fora de controle, de acordo com o Bank of America.
“Pequenas rachaduras” já apareciam nas ações de empresas de tecnologia com grande capitalização, o epicentro de um “bull market” de 13 anos, antes mesmo de o aperto começar, disse o estrategista-chefe de investimentos do BofA, Michael Hartnett, em relatório.
Ele mantém uma visão baixista até que o posicionamento de investidores “mostre uma capitulação total”, uma onda vendedora mais forte, ou que um evento de crédito em Wall Street leve bancos centrais a anunciarem uma reversão do aperto monetário.
O Federal Reserve sinalizou um giro da política esta semana e disse que poderia elevar os juros três vezes em 2022, passo que gerou volatilidade nos mercados acionários e levou à venda de ações de tecnologia.
Um dia depois, o Banco da Inglaterra subiu os juros pela primeira vez desde o início da pandemia, inaugurando um ciclo de aperto monetário entre os principais bancos centrais.
De acordo com Hartnett, a inflação sempre precede recessões, e é como uma febre muito alta que “deve ser reduzida por meio do aperto monetário ou recessão para que o corpo volte ao normal e garanta uma boa saúde futura”.
Estrategistas do Barclays têm uma visão um pouco diferente. Aumentos dos juros não encerrariam mercados altistas, mas, com a redução da liquidez dos bancox centrais, há menos espuma especulativa e mais volatilidade, destacaram estrategistas liderados por Emmanuel Cau em nota.