Não achamos possível lockdown em São Paulo, diz médico do centro de contingência
O centro de contingência que assessora o governo paulista na gestão da pandemia de coronavírus considera que não é possível estabelecer um lockdown no Estado de São Paulo, disse nesta sexta-feira o médico José Medina, integrante do grupo de especialistas.
Medina fez a avaliação que o lockdown para conter a disseminação do coronavírus funcionou apenas na Austrália e na Nova Zelândia, países com populações menores e sem fronteiras, e na China, que tem um regime político diferente do praticado no Brasil e nos Estados Unidos.
“Nem no Brasil, nem nos Estados Unidos nós consideramos que é possível estabelecer um lockdown em todo o país, e mesmo no Estado de São Paulo. O Estado de São Paulo tem mais de mil entradas terrestres com outros Estados”, disse Medina.
O coordenador do Centro de Contingência, o também médico Paulo Menezes, disse que as restrições atualmente vigentes no Estado se assemelham tecnicamente a um lockdown.
Atualmente, na chamada Fase Emergencial da quarentena paulista, há restrições de movimento entre 20h e 5h, suspensão de cultos religiosos e atividades esportivas coletivas e fechamento de shoppings, bares, restaurantes, lojas de material de construção e outros estabelecimentos considerados não essenciais.
Mais vacinas
Também nesta sexta, o Instituto Butantan entregou ao Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde, mais 2 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, elevando o total já entregue para a pasta a 24,6 milhões de doses — 6 milhões delas importadas prontas e as demais envasadas pelo Butantan, instituição vinculada ao governo paulista.
O Butantan promete totalizar 46 milhões de doses entregues ao PNI em abril e mais 54 milhões até o fim de agosto, chegando a 100 milhões de doses do imunizante.
Além da CoronaVac, somente a vacina da AstraZeneca com a Universidade de Oxford está sendo aplicada na campanha de vacinação brasileira, em um montante até agora de 4,5 milhões de doses, sendo 4 milhões importadas prontas da Índia e 500 mil envasadas no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao governo federal.