Nada atrapalha o apetite dos EUA por carne bovina este mês. JBS, Marfrig e Minerva agradecem
Nem inflação, nem novos repiques da covid e, por enquanto, nem a variante ômicron desestabilizam o potencial de consumo de carne bovina nos Estados Unidos.
O mercado consumidor segue firme para emplacar novas altas em dezembro.
Para os principais exportadores brasileiros a boa notícia é que as colocações de gado em confinamento estão menores neste outono, portanto a oferta segue mais apertada que em 2020, que precisa ser coberta com importações. E as originadas no Brasil dobraram em 2021.
Então, se Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3) vão se apertar na compra de boi local, mais caro para suas operações no país, podem compensar com aumento das exportações desde o Brasil. Caso, também, da Minerva (BEEF3), que ainda agrega suas plantas habilitadas na América do Sul.
A avaliação da analista Naomi Blohm, de Farm Progress, parte do preço futuro negociado em Chicago em 1º de outubro, para o contrato de dezembro. Estava em US$ 125 o centum weight (cwt, equivalente a 45,35 kg) e chegou nesta quarta (1º) a quase US$ 136.
“Embora possa haver alguns contratempos temporários e ziguezagues de preços ao longo do caminho, as perspectivas parecem boas. A demanda por carne bovina será forte, já que as festas estão de volta a todo vapor, o dinheiro no bolso das pessoas e os consumidores desejam se dar ao luxo nesta temporada de festas, à medida que as algemas de Covid são afrouxadas”, projeta ela.
Chama a atenção à consultora o rebanho de 2,245 milhões de cabeças que foi confinado em outubro, abaixo do mesmo mês de 2020, com vendas aos frigoríficos que chegaram a 1,788 milhões de animais.
É uma folga muito curta se se considerar o avanço do frio em novembro, porque, em paralelo ao aumento do consumo interno, os compromissos de exportações americanas estão a todo vapor.
As vendas acumuladas em 2021, até a semana de 11 de novembro, superaram 1 milhão de toneladas de carnes, contra 872 mil/t de 2020.
Totalmente superior à média de 5 anos, de 796 mil/t, destaca Naomi.
E, claro, China está se destacando – junto aos mercados mais tradicionais, Japão, Taiwan e Coreia do Sul -, independente de Joe Biden reproduzir parte do que foi a relação conturbada de Donald Trump com Pequim.