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Na véspera de entrar em ex-dividendos controversos, CSN tem forte alta

22 ago 2018, 16:41 - atualizado em 22 ago 2018, 16:42

CSN

Por Investing.com – A sessão desta quarta-feira é a última para o investidor se posicionar nos ativos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3) (CSN) para fazer jus ao controverso pagamento de dividendo extraordinário no valor total de R$ 890 milhões, a serem pagos no dia 30 de agosto.

Com isso, as ações operam com ganhos de 4,32% a R$ 36,69.

O dividendo de R$ 0,644874008 por ação equivale a um yield de cerca de 7% e os papéis passam a ser negociados como ex já na quinta-feira.

Segundo a CSN, o pagamento do dividendo extraordinário está inserido no esforço de alongar seu passivo financeiro, havendo permitido, concomitantemente, a conclusão da negociação dos principais termos do reperfilamento de sua dívida de curto prazo com o Banco Bradesco (BBDC4).

Adicionalmente, a CSN foi informada por suas acionistas controladoras de que também chegaram a um acordo no que tange às principais condições comerciais para o alongamento estrutural e duradouro de suas dívidas.

O que dizem os analistas?

A Mirae Asset viu a notícia sob dois pontos de vistas. O primeiro é positivo aos acionistas, pois estão recebendo um dividendo extra, o que deve levar a uma alta das ações. Por outro lado, os analistas destacam que os dividendos podem levar a uma pressão no preço da ação, uma vez que a empresa se encontra extremamente endividada, tendo que vender ativos e alongar a sua dívida.

Essa situação, de acordo com relatório assinado por Fernando Bresciani e Pedro Galdi, leva a visão de que essa distribuição possa a ser negativa, indicando que a honding estaria precisando do dividendo.

Por isso, a Mirae mantém a recomendação como Neutra e o upside é de 8%. No setor os analistas preferem a Usiminas (USIM5) e a Gerdau (GGBR4). A CSN negocia a um múltiplo EV/Ebitda 2018 de 6,8x e para 20219 de 6,9xm, sendo no setor a que tem o múltiplo mais elevado.

Na visão da XP Investimentos, os dividendos de R$ 890 milhões são negativos. Para a corretora, com endividamento ainda elevado e foco da estratégia voltado para venda de ativos e queda na alavancagem, o pagamento de dividendo neste momento chama a atenção e deve ser lido negativamente pelos mercados.

A equipe do BTG Pactual se mostrou perplexa com a divulgação dos proventos. Os analistas acreditam que era preferível que a companhia usasse o montante total de R$890 milhões para reduzir a dívida.

O banco suspeita que a estratégia é utilizar esse dividendo extraordinário para o controlador pagar a dívida da holding. Na visão de Pedro Albuquerque, o timing dos dividendos é “bizarro” e sugere clara falta de governança na empresa.

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