Na Rússia, presidente argentino diz que é necessário acabar com “dependência” dos EUA e FMI
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse nesta quinta-feira, durante uma visita à Rússia, que seu país precisa abandonar sua “dependência” econômica em relação aos Estados Unidos e ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Menos de uma semana após a Argentina acertar com o FMI um novo acordo de 44,5 bilhões de dólares, um expressivo avanço nas negociações de reestruturação de débitos que o país não consegue pagar, Fernández se reuniu com o presidente russo, Vladimir Putin, no Kremlin, para fortalecer as relações comerciais e a cooperação bilateral.
“Estou certo de que a Argentina precisa parar de ser tão dependente do Fundo e dos Estados Unidos, e precisa se abrir para outros lugares, e é aí que a Rússia parece para mim um lugar muito importante”, disse Fernández durante a reunião com Putin.
O presidente argentino disse que quando sua coalizão política peronista estava no governo, entre 2003 e 2015, buscou libertar a Argentina da “garra” da relação com Washington e o FMI, mas que o governo subsequente, do ex-presidente Mauricio Macri, novamente aprofundou esses laços.
A visita de Fernández acontece enquanto a Ucrânia diz que a Rússia posicionou 115 mil soldados próximos às suas fronteiras, incentivando temores de um ataque iminente.
Moscou nega qualquer plano, mas as preocupações internacionais de que a Rússia pode estar se preparando para a guerra estão em alta, provocando tensões com os Estados Unidos.
Putin agradeceu Fernández pelo uso amplo da vacina russa Sputnik V contra a Covid-19 na Argentina.
Fernández deve visitar a China agora, onde irá participar da abertura oficial dos Jogos de Inverno de Pequim, e no domingo irá se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping.