Na pior? Conta da economia fraca chegou para as empresas no 2T23, vê Genial
A Genial Investimentos divulgou nesta quinta-feira (24) o seu relatório após a temporada de balanços das empresas listas na bolsa. O documento destacou uma “surpresa negativa” dentro de uma “conjuntura desafiadora” no segundo trimestre.
Resultados abaixo das expectativas demostram um momento complicado tanto no cenário econômico nacional, quanto internacional, destaca.
A corretora analisa que o número de empresas cuja receita líquida superou as estimativas caiu de 21% no primeiro trimestre de 2023 para 20% no segundo trimestre de 2023. Similarmente, a proporção das empresas cujo lucro líquido superou as expectativas também diminuiu, de 49% para 35%.
“As corporações brasileiras têm sido afetadas pelo alto nível de alavancagem financeira. Contudo, diante da perspectiva de queda nas taxas de juros, este fator poderá se tornar um importante catalisador para a melhora dos resultados. Mesmo assim, o cenário permanece com perspectivas negativas e repleto de desafios”, destacou o relatório.
Perspectivas no médio prazo
Os resultados referentes ao 2º trimestre de 2023 evidenciaram que a conjuntura atual é desafiadora tanto para as empresas locais quanto para as exportadoras. No entanto, a expectativa da queda dos juros sinaliza que há um otimismo de que a situação possa apresentar melhoras no médio prazo
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“Mesmo diante da perspectiva de redução nas taxas de juros, o panorama no curto prazo permanece instável. O mercado, entretanto, mantém a confiança na resiliência das empresas. Isso é observado mesmo após a divulgação de resultados desanimadores no 2º trimestre de 2023, marcado por uma queda nos lucros e um aumento na alavancagem das empresas”, apontou a Genial.
No setor internacional
Já os resultados apresentados pelas empresas internacionais, segundo relatório da XP, também não foram tão surpreendentes.
De acordo com os analistas, com 97% dos resultados do S&P 500 já reportados, as empresas entregaram resultado melhor que o esperado na temporada de balanços, sendo a queda de lucro por ação de “apenas” -3,2% contra projeção de -6,4% no início da temporada.
Olhando os números de lucro total (não por ação), há uma queda de 6,2% no agregado. Cerca de 56% das companhias do S&P 500 apresentaram surpresa positiva na receita, enquanto 79% surpreenderam positivamente nos lucros.
O relatório analisa também uma discrepância entre setores. Enquanto, por um lado, o setor de Consumo Discricionário foi o grande destaque, com sólido crescimento de receita e lucros, os setores de Materiais Básicos e Energia contraíram receitas e lucros no comparativo anual e foram os grandes responsáveis pelo número negativo do índice agregado.
“Em nosso relatório com a prévia da temporada de resultados, antecipamos que seria um trimestre relativamente fácil para que as empresas reportassem números acima do consenso, dada a baixa expectativa do mercado para a lucratividade das empresas frente a uma economia ainda resiliente”, apontou a XP.
O documento ressalta a importância de acompanhar durante as semanas pós-temporada as revisões das estimativas dos analistas para os trimestres seguintes.
“Apesar da forte revisão para cima das estimativas do 2º trimestre conforme os números reais entravam na conta, os números do 3º e 4º trimestres não seguiram a mesma trajetória e se mantiveram estáveis no período”, acrescentou.