Na dúvida, para. Crédito agro a juros livres já vinha lento e trava à espera do Copom

Algumas informações dão conta de que há cautela nos pedidos e concessões de crédito rural a juros livres, inclusive praticamente travados desde a semana passada. Esse é um dos efeitos da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que anunciará a taxa Selic nesta quarta (21).

Apesar de a maioria dos observadores não acreditarem que o Banco Central (Bacen) vá surpreender, ou seja, os juros podem continuar em 13,75%, pelas dúvidas houve o acautelamento, principalmente por parte das instituições financeiras.

Money Times solicitou confirmações algumas fontes bem atuantes – Banco Sicoob, Banrisul e Sistema Ocesc (cooperativa de Santa Catarina) -, mas ainda não houve nenhum retorno, sintoma de que preferem evitar o tema.

De todo modo, a situação já vinha lenta porque a demanda está acima da verificada em 2021 e o Plano Safra 22/23, de R$ 340,9 bilhões, foi quase todo ele consumido, explica o CEO da Sonhagro, Romário Alves, franquia mineira que intermedeia crédito para o agronegócio entre tomadores e bancos.

“Até julho, tínhamos dinheiro à vontade, depois travaram em agosto”, diz, destacando que os juros reais praticados nesse empréstimo vinham em média de 15%.

Quando ocorre esse movimento, trata-se de precaução em soltar os recursos mais parcimoniosamente, inclusive com algumas instituições esperando recursos para aprovarem alguns pedidos. Caso do Banco do Brasil, exemplifica Alves.

Em relação às cooperativas de crédito, também a paralisação é mais notória porque elas operam com um mix, na base de 70% de recursos próprios e 30% do pacote subsidiado.

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