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Na disputa com as nacionais: Grupo Mateus é um caso de crescimento regional bem-sucedido, diz BTG

18 nov 2020, 19:45 - atualizado em 18 nov 2020, 19:59
Alimentos, Consumo, Supermercados, Grupo Mateus
Na avaliação do BTG, o Grupo Mateus tem espaço para crescer ainda mais no Norte e no Nordeste (Imagem: YouTube/Grupo Mateus)

O BTG Pactual (BPAC11) iniciou a cobertura das ações do Grupo Mateus (GMAT3) com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 11, implicando um potencial de valorização de 23% sobre o preço de R$ 8,97 da oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês).

De acordo com o banco, o Grupo Mateus combina o tamanho de um player nacional (apresentando maior escala em relação aos competidores, um modelo de negócios diversificado, uma divisão de vendas e estrutura logística eficiente) com a atuação de um player regional.

“Ao longo dos últimos anos, argumentamos que, no setor de varejo alimentício brasileiro, algumas empresas regionais tiveram uma história bem-sucedida de crescimento, amparada pelo aumento de escala (e poder de barganha com a indústria), boa localização de lojas, forte consciência da marca e execução decente. De certo modo, isso criou um cenário muito mais difícil para os players nacionais (em termos de receita e margem)”, afirmaram os analistas Luiz Guanais e Gabriel Savi, autores do relatório divulgado ontem pelo BTG.

Na avaliação do banco, o Grupo Mateus tem espaço para crescer ainda mais no Norte e no Nordeste. O BTG acredita que a companhia pode abrir lojas em 37 novas cidades de estados onde ela possui operações de varejo. O número de cidades novas em potencial sobe para 116 se forem levadas em consideração Ceará, Bahia e Tocantins. Para 2025, o BTG estima a abertura de 179 pontos de venda.

Resiliência

As perspectivas de crescimento para o Grupo Mateus permanecem boas, mesmo com a tendência de desaceleração esperada para 2021 (Imagem: Grupo Mateus/Instagram)

As perspectivas de crescimento para o Grupo Mateus permanecem boas, mesmo com a tendência de desaceleração esperada para 2021.

Grande parte do desempenho do setor de varejo alimentício durante a pandemia de covid-19 foi impulsionada pelo auxílio emergencial do governo.

“Pela nossa análise, houve um declínio de R$ 160 bilhões nos salários totais desde março, mas isso foi mais do que compensado pela liberação de R$ 223 bilhões via coronavoucher (com o benefício alcançando 43% das famílias em setembro). Esse efeito foi ainda mais marcante no Norte e no Nordeste”, avaliaram Guanais e Savi.

Ainda que o coronavoucher chegue ao fim, o Grupo Mateus é um case de resiliência em meio a tempos desafiadores. O BTG defendeu que o plano de expansão agressivo da empresa sustentará sua sólida trajetória de crescimento.