Suzano (SUZB3): Na contramão do mercado, este banco vê aquisição da IP como positiva; confira
Na direção contrária do mercado, o Itaú BBA enxerga sinergias interessantes na possível aquisição da International Paper pela Suzano (SUZB3). De 6 de maio, quando foi veiculada a notícia sobre o negócio, até 6 de junho, as ações da empresa caíram 18,71%.
Para o banco, o negócio seria suficiente para compensar o aumento de custo adicional de dívida. “Adicionalmente, vemos o papel com uma assimetria positiva devido às quedas nas últimas semanas”, apontam Daniel Sasson, Marcelo Furlan Palhares, Edgard Pinto de Souza e Barbara Soares.
Dessa maneira, o BBA mantém sua recomendação de compra para Suzano, com preço-alvo de R$ 75 por ação ao fim de 2024.
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Os destaques do BBA sobre quanto a compra da IP pela Suzano
De acordo com a instituição, a International Paper é um competidor relevante nos Estados Unidos, com exposição ao negócio de embalagens (85% das receitas) e de celulose de mercado de fibra longa (15%).
Em embalagens, a empresa tem presença relevante nos Estados Unidos, com 30% de participação de mercado. Em celulose, a International Paper opera com uma capacidade de 2,3 milhões de toneladas de Fluff e 400 mil toneladas de fibra longa.
“Em sinergias, avaliamos que a substituição entre fibras pode ser um vetor importante. Como exemplo, a Suzano poderia vender/integrar a celulose de fibra curta para a International Paper, trazendo competitividade em custos nos negócios de embalagens e Fluff. Por último, a nova empresa poderia ter alguma sinergia em custo financeiro devido a uma maior exposição nos EUA”, avaliam.
Riscos da operação
Quanto aos riscos, o BBA enxerga um aumento de alavancagem e um maior custo de dívida poderia limitar a geração de caixa da nova empresa. No entanto, eles destacam que a Suzano possui um saudável perfil de endividamento.
“Outro risco está relacionado ao potencial maior capex (investimentos) de manutenção diante dos ativos mais antigos da International Paper. Por último, os riscos relacionados à gestão de um novo negócio (embalagens) em uma nova geografia (EUA) também devem ser considerados”, comentam.
Salto no Ebitda da ‘nova Suzano’
Somados todos os pontos, o banco estima que a nova empresa teria um resultado operacional (Ebitda) entre US$ 7,5 bilhões e US$ 8 bilhões (sem considerar sinergias), implicando num múltiplo valor da empresa em relação ao Ebitda (EV/Ebitda) de 5,7 vezes.
“Isso parece atrativo dado que a nova empresa poderia ter um múltiplo fair de 6,5 vezes. Tudo considerado, enxergamos essa potencial combinação de negócios como atrativa para a Suzano”, concluem.