Na China, como no Brasil, mudança no blend da ração virará hábito e gerará oportunidades agrícolas?
A notícia da autoridade alfandegária da China de que o país está importando cevada em pó para suplementar a ração dos animais não chega a surpreender e não tem poder de mudar as perspectivas de demanda de milho (principalmente) e soja do país, forçando a queda dos preços das commodities.
Mas não deixa de ser um indicativo de que poderá haver, em algum lugar do futuro, a mudança cultural de dotar os alimentos dos animas de blends cada vez mais regulares e volumosos de outras fontes proteicas.
As emergências recorrentes por oferta menor e preços elevados, sobretudo em 2021, alcançando o trigo também sob forte procura, num momento no qual as margens dos produtores de suínos são baixas, deverá dar lugar a um cardápio mais regular com outras fontes.
E isso vale para o Brasil, que também experimenta outras matérias-primas. Ao mais tradicional sorgo e caroço de algodão para os bois, ambos pouco mais concentrado no Centro-Oeste, o trigo vai sendo adicionado à ração nas granjas do Sul, apesar da forte valorização do cereal. Aliás, parte do aumento de área nesta safra foi devido à demanda dos criadores.
Cevada tem sido uma alternativa, mas a oferta é muito mais reduzida.
Pecuaristas também testam opções até consideradas exóticas, como silagem de abacaxi e farelo de casca de castanha do Pará, como Juca Alves, de Barretos, contou ao Money Times. Ele também vem fornecendo bagacinho de cana.
Ao fim e ao cabo, uma saída mais regular para a diversificação da dieta ajudará a gerar novas oportunidades agrícolas no aumento em aumento da produção.