Política

Na Câmara, Braga Netto diz que não houve ditadura no Brasil quando militares comandaram país

17 ago 2021, 21:31 - atualizado em 17 ago 2021, 21:31
Walter Braga Netto
A ditadura militar no Brasil começou com um golpe em 1964 que derrubou o presidente constitucional do país, João Goulart (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O ministro da Defesa, general da reserva Walter Braga Netto, disse nesta terça-feira que não houve ditadura no Brasil durante o período da ditadura militar, que durou de 1964 a 1985.

“Não, não considero que tenha havido uma ditadura”, disse Braga Netto durante depoimento em audiência conjunta de três comissões da Câmara dos Deputados.

“Houve um regime forte, com excesso dos dois lados, mas isso tem que ser analisado na época da história, de Guerra Fria e tudo mais. Não trazer uma coisa do passado para os dias de hoje. Se houvesse ditadura, talvez muitas pessoas não estariam aqui. Execuções, ditadura, como disse um dos deputados, são em outros países”, disse o ministro.

A ditadura militar no Brasil começou com um golpe em 1964 que derrubou o presidente constitucional do país, João Goulart.

Ao longo dos 21 anos do governo militar uma série de direitos foram retirados da população, entre eles a escolha direta do presidente da República. Políticos tiveram seus mandatos cassados arbitrariamente, houve tortura de adversários do regime e o fechamento do Congresso em três momentos diferentes, além de censura da imprensa. Adversários do regime não apenas foram mortos, como também desapareceram.

No auge da ditadura, durante a vigência do Ato Institucional número 5, o AI-5, foi proibida até mesmo a concessão de habeas corpus a acusados de crime contra a segurança nacional, transferindo à Justiça Militar a competência para julgar crimes políticos.

Do outro lado, em reação à ditadura, vários grupos de esquerda aderiram à luta armada, realizando algumas operações e até mesmo uma tentativa de guerrilha rural no norte do país.

Entre as operações mais famosas contra a ditadura está o sequestro em 1969 do então embaixador norte-americano no Brasil, Charles Burke Elbrick, cujo resgate foi a liberação de presos políticos.