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Musk quer Tesla (TSLA34) comandando revolução energética global de US$ 10 tri, mas não anima mercado

02 mar 2023, 15:15 - atualizado em 02 mar 2023, 15:15
Musk
A Tesla tem dia de perdas expressivas, após Dia do Investidor (Imagem: REUTERS/Arnd Wiegmann)

As ações da Tesla (TSLA;TSLA34) ainda estão de ressaca, após o Dia do Investidor realizado ontem em Austin falhar em entusiasmar os investidores com a visão transformativa de Musk não apenas para a montadora, mas para todo o mundo. Resultado: o papel da montadora derrapa 7% em Nova York

O evento colocou frente a frente acionistas e a alta cúpula com o objetivo de revelar as linhas de negócio que ditarão o comportamento da montadora no curto, médio e longo prazo.

Para este ano, a “grande estrela” do evento foi a apresentação do Master Plan 3. Como o próprio nome sugere, os objetivos do plano são grandiosos: atribuir à Tesla um papel de pioneirismo no esforço global para eliminar combustíveis fósseis e pavimentar o caminho para a transição energética.

Musk
Apresentação do Master Plan 3 (Fonte: Tesla)

Partindo de um investimento total de US$ 10 trilhões (o terceiro PIB mundial), o Master Plan 3 inclui a adição massiva de formas sustentáveis de energia à matriz existente, a produção de mais veículos elétricos, a criação de bombas de calor para suprir casas e edifícios, bem como o uso de hidrogênio para aplicações industriais.

Para alcançar essa meta, Musk e os executivos da Tesla entendem ser imprescindível a expansão da capacidade energética mundial para a marca de 240 TWh, o que poderia ser feito sem a necessidade de extrair grandes quantidades de minério. Níquel e ferro seriam os mais demandados.

Segundo o homem mais rico do mundo, a infraestrutura requerida para sua revolução energética não tomaria mais do que 0,2% da superfície da Terra.

A falta de detalhes práticos sobre como o bilionário pretende amarrar todo esse processo causou frustração nos investidores, criando a sensação de que Musk tentou vender novamente o céu para eles. Prevendo a reação, Musk se comprometeu a apresentar logo um plano mais concreto.

Gen-3 esquecido: nova geração de veículos não foi apresentada

Outra expectativa frustrada foi a ausência de datas para o antecipado programa Gen-3, no qual a Tesla lançará a sua nova linha de veículos elétricos, com custos de produção até 50% inferiores.

O projeto é visto como uma forma de a empresa dar uma resposta sustentável aos seus concorrentes, ante o avanço de outras competidoras, entre as quais a BYD. Em 2022, a montadora chinesa conseguiu vender 1,86 milhão de unidades de veículos totalmente eletrificados, contra 1,31 milhão da Tesla.

Até o momento, a Tesla se concentra em um programa de corte de tabela nos seus principais mercados, o que pode representar desafios para os números corporativos da empresa nos próximos trimestres.

À época da divulgação do balanço do quarto trimestre de 2022 da companhia, Richard Camargo, analista da Empiricus, comentou: “Se, por um lado, a estratégia provoca um aumento de apetite pelos produtos da companhia, por outro, ela é prejudicial para as margens e para o próprio mercado de seus veículos”.

Nos poucos comentários feitos  sobre o gen-3, os executivos da Tesla informaram que o programa buscará o corte de custos e da pegada ambiental a partir de mudanças na manufatura e no design de seus veículos, como já é feito, por exemplo, com o modelo Y (SUV compacto 100% elétrico da empresa).

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Novo destino: Tesla chega ao México

Em meio a tantas promessas, o grande anúncio do Dia do Investidor da Tesla ficou sendo a instalação da fábrica em Monterrey, no México. O presidente Andrés Manuel López Obrador, do México, confirmou a informação.

Sem dizer quando começará o projeto, a Tesla só deixou escapar que a nova planta será responsável pela produção de um dos EVs da nova geração.

Jornais locais do México apontam que o investimento inicial de Musk na planta mexicana gira em torno de US$ 800 milhões a US$ 1 bilhão.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
jorge.fofano@moneytimes.com.br
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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