Mercados

Mundo está menos “sobrevendido” em Brasil, aponta Morgan Stanley

26 mar 2019, 11:07 - atualizado em 26 mar 2019, 11:08
Antes bem recebida, cautela do Federal Reserve pode ser ruim para inflação e crescimento nos EUA

“Cuidado com os presentes dovish do Fed”. Esta é a frase que inicia relatório do Comitê de Investimento Global da área de Wealth Management do Morgan Stanley, discorrendo sobre a mudança na postura do Federal Reserve e pela presença de riscos assimétricos a serem enfrentados pelos investidores.

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Para o banco, o Fed aparentemente guia as expectativas de inflação para cima e, sem elevar o juro básico, “pode estar exagerando na sua mão”. Se houver mais cautela na postura da autoridade monetária a frente, pode significar a visualização de uma recessão na economia norte-americana, ainda não precificada nos mercados, segundo o Morgan Stanley.

Por sua vez, caso haja surpresa ascendente na inflação ou sinais de fortalecimento dentro do mercado de trabalho, o que pode levar a aumento na Fed Funds Rate, os yields dos Treasuries subirão, comprimindo as relações de P/L (Preço sobre Lucro) mais uma vez, de acordo com o comitê do Wealth Management.

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“Considere adicionar ouro e ativos reais como TIPS (Treasury Inflation-Protected Security) como amortecedor contra os mercados acionário e de renda fixa, que provavelmente vão ficar mais caros, e como hedge contra a inflação, que agora aparece como o objetivo do Fed”, afirma o banco norte-americano.

O Morgan Stanley se mostra preocupado sobre a política monetária norte-americana, ao avaliar que o FOMC (Federal Open Market Committee) pode ter sido sistematicamente muito otimista em relação a taxa neutra de crescimento e a inflação de longo prazo. “Podemos ter chegado ao ponto no qual a postura cautelosa do Federal Reserve não é mais notícia boa, mas sim ruim”.

Múltiplos de emergentes ainda mais baixos

Na renda variável, destaque para os mercados emergentes, com P/L (Preço/Lucro) inferior aos mercados desenvolvidos atualmente, na relação de 12,1 vezes – leve aumento frente a relação de 12 vezes na última semana. Em comparação, os P/L dos índices S&P 500 e MSCI AC World estão atualmente na casa de 16,3 vezes e 14,7 vezes, respectivamente.

Em relação aos setores do S&P 500, os múltiplos mais atrativos são os do setor financeiro, com P/L de 11,1 vezes para 12 meses, ante relação de 11,6 vezes na semana anterior. Por sua vez, o setor com o múltiplo mais esticado é o de “Consumer Discretionary”, na casa de 20,4 vezes – ante 20,2 vezes na projeção anterior.

Brasil em tendência de melhora

Em relação as variáveis macroeconômicas e o momentum das mesmas, o Morgan Stanley lista recomendações para o País. Na comparação com a última semana, o comitê de investimentos enxerga tendência de melhora na trajetória da inflação, com expectativa descendente. A projeção de liquidez do mercado como um todo é positiva, com projeção de ascendência.

No entanto, a principal mudança em relação a semana anterior é a constatação de que os “fundamentos técnicos encontram-se em tendência de melhora”, com a confiança dos investidores tornando-se mais “bullish”. Eles citam a melhora no indicador RSI (Relative Strength Index), que indica uma menor indicação de posição “sobrevendida” ao Brasil.

O banco manteve a visão de que a “estabilidade política dá suporte à recuperação”, enxerga aceleração do crescimento econômico, enxerga curva de juros em níveis normais e com tendência de “flattening” e permanece acreditando que ativos de risco estão altamente avaliados, com as expectativas de lucros “anêmica”, com expectativa de piora.

Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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