Comprar ou vender?

Mundo está buscando risco e escolheu o Ibovespa para isso, avalia Bank of America

09 jun 2020, 12:36 - atualizado em 09 jun 2020, 15:37
Tucano Brasil
Os grandes gestores estão buscando no Brasil as ações cujo desempenho está ligado ao crescimento econômico global (Imagem: Unsplash/@cristinanieto)

Enquanto os investidores internacionais, antes do coronavírus, viam no Brasil um país que estava destinado a recuperar o seu grau de investimento como resultado das reformas fiscais e econômicas em andamento, agora deixaram esta ideia de lado e passaram a justificar a sua presença na B3 (B3SA3) por uma questão tática.

Em outras palavras, os grandes gestores estão buscando ações cujo desempenho está ligado ao crescimento econômico global, após a depressão forçada pela pandemia.

“Dado o impacto da crise do coronavírus, as justificativas para múltiplos mais altos de uma perspectiva macro parecem deslocadas. No entanto, a demanda por risco (global e localmente) em um mundo de taxas baixas sem precedentes levou os investidores a testar múltiplos mais altos”, escreveram os analistas do Bank of America, liderado por David Beker, em um relatório enviado a clientes nesta terça-feira (9).

Maio marcou o 20º mês consecutivo de fluxos positivos para a Bolsa, que totalizaram R$ 147,9 bilhões (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O banco atualizou a sua estimativa para o Ibovespa (IBOV) de 76 mil pontos para 100 mil pontos. Em um cenário otimista, contudo, o índice poderia buscar os 110 mil pontos no final de 2020. A projeção pessimista põe o índice a 86 mil pontos.

“Nossa preocupação com as saídas de recursos locais após a queda das ações no primeiro trimestre de 2020 não se concretizou. De fato, taxas extremamente baixas têm levado os investidores a sair da renda fixa. O TINA – ‘efeito de não existir alternativa’ (“There Is No Alternative) – pode fazer com que os ingressos de recursos em ações sejam retomados”, ressalta o BofA.

Segundo a Anbima, os fundos de ações registraram captação líquida de R$ 391 milhões no mês de maio, acumulando entrada líquida de R$ 48,4 bilhões em 2020 (ou R$ 54 bilhões considerando os ETFs também). É o 20º mês consecutivo de fluxos positivos, que totalizaram R$ 147,9 bilhões em entradas desde outubro de 2018.

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