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Multiplan (MULT3) avança na bolsa com desembolso de R$ 2 bilhões por participação no radar

20 set 2024, 12:01 - atualizado em 20 set 2024, 17:34
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O maior investidor da companhia colocou à venda o restante da sua participação de 18,5% na Multiplan (Image: Money Times/ Vitória Fernandes)

As ações da Multiplan (MULT3) operaram em alta na maior parte do pregão desta sexta-feira (20). Por volta das 11h30, o papel subia 2,98%, cotado a R$ 27,33. O avanço foi puxado após comunicar o interesse em comprar, junto com o seu acionista e fundador, a participação da Ontario Teacher’s Pension Plan (OTPP) na companhia.

Contudo, os papéis perderam força ao longo da sessão e terminaram o dia com queda de 0,75%, a R$ 26,34.



O OTPP colocou à venda o restante da sua participação de 18,5% na Multiplan, finalizando, assim, a sua posição na companhia após 18 anos. O total de ações disponíveis é de 11.260.914 e o fundador José Isaac Peres possui preferência, segundo o acordo de acionistas entre eles.

O fundador da administradora de shoppings decidiu, portanto, comprar as 21.211.387 ações, elevando sua fatia de 26,2% para 35,37%, excluindo o total em tesouraria.

No entanto, Peres também decidiu oferecer à companhia, por meio da Multiplan Participações (MPAR), a oportunidade de adquirir 90.049.527 ações MULT3 nas mesmas condições — e a Multiplan confirmou o interesse convocando uma assembleia para que os acionistas votem. O valor total a ser desembolsado seria de R$ 2 bilhões.

Se a transação for adiante, a Multiplan pretende realizar a compra das ações com recursos próprios e financiamento de terceiros.

A companhia ainda informou, em fato relevante, que o objetivo da recompra de ações é eventualmente cancelar os papéis adquiridos. Com isso, o total de ações MULT3 em circulação (free float), excluindo os papéis mantidos em tesouraria, chegaria a 64,63%.

Caso os acionistas aprovem a operação na AGE, o fechamento do negócio está condicionado à extinção do acordo de acionistas atual para que o OTPP deixe de integrar o grupo de controle da administradora de shoppings.

Em uma teleconferência com o mercado, nesta sexta-feira (20), o vice-presidente financeiro de Relações com o Investidor, Armando d’Almeida Neto, avaliou que os pagamento de proventos aos acionista não sofrerão alteração, caso aprovado.

“A recompra não muda nada os proventos. Vamos continuar usando o JCP para fazer o recurso chegar aos acionistas”, disse em resposta aos analistas.

Ainda na conferência, Neto avaliou que a recompra de ações não muda em nada o ritmo de planejamento a longo prazo realizado pela empresa.

“Nosso compromisso é a melhoria dos serviços, expansão e melhoria dos shoppings”, avalia o vice-presidente.

Movimento é ‘ousado’, mas positivo

Na avaliação do mercado, o movimento é “ousado”, mas positivo. Para os analistas Bruno Mendonça e Wellington Lourenço, do Bradesco BBI e da Ágora, a mensagem da Multiplan para os investidores minoritários é animadora, uma vez que a alocação de capital, com a recompra, implica em uma taxa de capitalização de aquisição atraente de 12%.

O time de analista do BTG Pactual também entendem o anunciou de forma positiva. Destacam principalmente uma estrutura de capital sólida, o compromisso da família controladora com a companhia, além de gerar valor ao investidor minoritário.

“Após o recente desempenho superior das ações da MULT3 (que subiram 4-5% a mais do que seus pares recentemente), acreditamos que esse negócio já foi precificado em sua maior parte, mas reafirmamos nossa recomendação de Compra, já que o valuation ainda parece atraente a 10,8x P/FFO 2025E (pós-negociação)”, avaliam os analistas do banco.

Sobre riscos, o BTG aponta a incerteza no setor imobiliário que sofre com as oscilações na atividade econômica, a taxa de juros maior e menor disponibilidade de capital, além de uma competição por ativos no mercado primário e secundário.

“Os riscos específicos da Multiplan seriam atrasos no pipeline de desenvolvimento; excesso de custos nos novos projetos (capex) e despesas excessivas com SG&A”, destacam.

*Com Seu Dinheiro

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
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