Multiplan (MULT3) promete 4T24 ‘excepcional’, após trimestre sólido mas sem catalisadores

(Imagem: Divulgação)

Resultados sólidos da Multiplan (MULT3) no terceiro trimestre de 2024 (3T24) mostram cenário positivo para analistas do mercado. A avaliação é de que os números reforçam a posição da companhia no setor, apesar da ausência de novos catalisadores para a ação. Por volta das 14h40, a ação da companhia apresentava uma alta tímida de 0,28%, a R$ 25,18.

A companhia reportou, nesta quinta-feira (24), um crescimento de 6,1% no lucro líquido em comparação com o mesmo período do ano passado. O lucro líquido do terceiro trimestre totalizou R$ 279,6 milhões, frente aos R$ 263,4 milhões registrados no terceiro trimestre de 2023.

O Santander destacou em sua análise dos resultados o forte desempenho do NOI (Net Operating Income, ou Receita Operacional Líquida) de 93,1%, o que representa uma alta de 24 pontos-base em relação ao ano anterior, acima, inclusive, da expectativa do banco. Segundo os analistas, os números foram impulsionados por despesas de propriedade menores do que o esperado.

“Os indicadores operacionais foram o principal destaque positivo, impulsionados pelo impressionante crescimento das vendas nas mesmas lojas”, ressaltou o banco.

Mais um ponto importante no período iniciado em julho e finalizado em setembro foi a decisão de alocação de capital e a movimentação societária da empresa após a venda de um grande bloco de ações por parte do investidor institucional Ontario Inc.

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“Destacamos a excelente execução da empresa no trimestre e as decisões atraentes de alocação de capital, evidenciadas pela recompra de ações a uma taxa de 13% no acordo com o Ontario e o yield de dividendos de ~22% implicado no acordo, somado ao pagamento de juros sobre o capital próprio”, avaliam os analistas do Itaú BBA. No entanto, observam uma “falta” de gatilhos no papel.

Outro ponto de relevância destacado pelos analistas foi a receita de locação que cresceu 1,9% em relação ao 3T23, diferentemente do que aconteceu no 2T24.

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O Goldman Sachs estima que, em termos anuais, o crescimento dos aluguéis foi 1% abaixo do IPCA — o que já era esperado por eles devido ao impacto de um IGPM fraco. Entretanto, o aluguel médio por metro quadrado superou as expectativas em 2%, pois o impacto negativo das revitalizações visto no 2T24 foi menor que o esperado.

O banco gringo destaca ainda que os shoppings AAA (triple A), ou seja, que são para um público premium, como é o caso do Barra Shopping e Morumbi Shopping — que juntos representam 28% das receitas de aluguel — passaram de quedas de 4% e 3% no 2T24 para aumentos de 2% e 8%.

Por fim, o BB Investimentos aproveitou a divulgação dos resultados para incorporar os números e revisar o preço-alvo para 2025 para R$ 31,20 (de R$ 30,80), mantendo recomendação de compra.

Recomendações dos analistas

Executivos da companhia estimam um 4T24 mais forte

Durante a teleconferência realizada nesta sexta-feira (25), o Eduardo Peres, presidente-executivo, e Armando D’Almeida Neto, diretor financeiro, afirmaram que as revitalizações dos shoppings devem continuar até 2026.

Peres destacou que, após a pandemia, a necessidade de recuperar e reformar os prédios do shoppings se fez necessário e que acredita que as revitalizações estão ajudando a impulsionar os resultados e estima que o impacto será ainda maior nos próximos anos.

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Foram 13 ativos revitalizados, além de um investimento de R$ 119 milhões em projetos de expansão.

Os executivos ainda falaram que estão animados para o próximo trimestre, em especial, para o mês de novembro, quando duas expansões serão inauguradas e os shoppings serão impactados pela Black Friday, data extremamente relevante para o varejo.

“Agora vem a melhor parte do ano, que é este último trimestre. Os investimentos para termos este momento positivo foram feitos e tudo pronto para acontecer. Vamos ter um final de ano excepcional e estou muito animado com tudo que está acontecendo”, disse Peres.