MULT3, ALOS3, IGTI11 e JHSF: O que esperar do 1T25 do setor de shoppings?

A temporada de resultados do primeiro trimestre de 2025 (1T25) já começou. Nesta quinta-feira (24), a safra dos shoppings inicia com a divulgação dos resultados da Multiplan (MULT3). Iguatemi (IGTI11), JHSF (JHSF3), Allos (ALOS3) divulgam na sequência.
Para essa leva de balanços, os analistas esperam por um sólido desempenho dos shoppings brasileiros, principalmente no crescimento de vendas ano contra ano. Os números também devem revelar mais um trimestre de forte absorção líquida e baixas taxas de vacância, além de aluguéis mais altos devido ao IGP.
No entanto, há uma preocupação com alavancagem das companhias. Os analistas do BTG Pactual destacam em seu relatório que por conta das recentes fusões e aquisições, programas de recompra de ações, pagamentos de dividendos e as taxas de juros mais altas, o FFO (que traduzindo seria Recursos Gerados pelas Operações) agregado cairia 12% a.a.
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Desta forma, os analistas do BTG avaliam que a Allos deve se destacar por ser a companhia com uma dívida sob controle e que está recomprando ações, o que reduz as ações em circulação e aumenta o FFO por ação, gerando mais valor ao acionista.
Nas estimativas do banco, a operadora de shopping deve alcançar R$ 620,6 milhões em receitas líquidas no trimestre, avançando 1% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
O Santander também espera resultados sólidos e que demonstrem a “resiliência” do setor neste primeiro trimestre do ano, mas acredita que Allos deve mostrar um trimestre mais fraco, afetado por desinvestimentos e despesas financeiras.
O banco projeta resultados até maiores, com receita líquida avançando 1,8% em relação ao 1T24, impactada pela venda de ativos ao longo dos últimos 12 meses, mas mesmo assim não convence os analistas.
Para a Multiplan, o banco espera indicadores operacionais robustos, sustentados pela retomada do efeito IGP-DI nos contratos, expansão dos empreendimentos DiamondMall e ParkShoppingBarigüi, além de receitas crescentes com estacionamento.
A receita líquida projetada é de R$ 539,8 milhões, avanço anual de 4,2%. No entanto, o banco estima uma queda de 12% no AFFO (Adjusted Funds From Operations,) por ação, devido a uma base de comparação elevada no 1T24 — que teve impactos não recorrentes — e ao aumento da alavancagem financeira após a recompra de ações do fundo OTPP.
Já Iguatemi, na visão do Santander, deve ser o destaque entre os shoppings brasileiros. A estimativa é de uma receita líquida de R$ 323,5 milhões, alta de 5,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O desempenho será impulsionado pela maior taxa de ocupação, retorno gradual da inflação do IGP-M e receitas com gestão do Shopping Rio Sul.
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Além disso, a companhia deve apresentar melhor diluição de custos e margens mais saudáveis no varejo. Ainda assim, o AFFO deve recuar 2,2% no comparativo anual, pressionado por despesas financeiras mais elevadas e uma alíquota de imposto de renda menos favorável.
Iguatemi divulga seus resultados do 1T25 no dia 29 de abril, JHSF no dia 8 de maio, Allos fecha a temporada de balanços no dia 14 de maio.