Política

Mulheres na liderança política ainda incomodam, segundo pesquisa

20 nov 2019, 18:43 - atualizado em 19 nov 2019, 15:09
Angela Merkel, premiê alemã
No G-7, apenas 46% da sociedade se sente “muito confortável” com uma mulher como chefe de governo (Imagem: Akos Stiller/Bloomberg)

O desconforto com a liderança feminina na política e nos negócios continua generalizado. Menos da metade dos entrevistados do grupo de sete países mais industrializados do mundo se sente totalmente à vontade com uma mulher no comando do governo ou de uma grande empresa, segundo estudo publicado na terça-feira.

Em média, no G-7 apenas 46% da sociedade se sente “muito confortável” com uma mulher como chefe de governo, e 48% com uma CEO à frente de uma grande empresa nacional, de acordo com uma pesquisa da Kantar e do grupo Women Political Leaders. Isso indica algum nível de desconforto entre o restante dos entrevistados, segundo a pesquisa.

Os dados, com base em uma pesquisa com 22 mil pessoas em 11 países, sugerem que não há necessariamente uma correlação entre atitude pública e ascensão das mulheres ao poder. O Canadá, que ficou em primeiro lugar, teve apenas uma chefe de estado. Nos EUA, país que se mostrou o terceiro mais confortável com uma mulher no comando, algumas pesquisas indicaram que o gênero de Elizabeth Warren, potencial candidata do Partido Democrata, pode ser fator de preocupação para eleitores antes das eleições de 2020.

Por outro lado, com Angela Merkel prestes a completar seu 14º ano como chanceler da Alemanha, menos de um terço dos entrevistados em seu país disseram estar totalmente à vontade com uma mulher no papel.

No Reino Unido, a proporção que disse que homens e mulheres são igualmente adequados à liderança empresarial e política caiu nos últimos 12 meses – período em que a primeira-ministra Theresa May renunciou. Essa mudança foi inteiramente atribuída a uma queda do número de entrevistados do sexo masculino que aprovam a liderança feminina.