Mulheres e minorias têm menos acesso a patentes nos EUA
Muitas mulheres e minorias esperam inventar o próximo iPhone, um medicamento de grande sucesso ou o brinquedo mais vendido, mas, muitas vezes, não recebem patentes que garantam que sejam pagos por suas ideias.
Um novo relatório do Escritório de Patentes e Marcas concluiu que essas disparidades podem custar aos Estados Unidos a liderança tecnológica, porque as patentes são frequentemente o primeiro passo para atrair investidores.
“A inovação nos Estados Unidos é altamente concentrada, e vastas áreas da nossa população não participam totalmente”, segundo a conclusão do estudo divulgado no mês passado.
A magnitude do problema não é conhecida com precisão, porque o escritório de patentes apenas registra o nome, endereço para correspondência e residência das pessoas que enviam os pedidos.
Estudos de grupos independentes, como da Information Technology e Innovation Foundation, são baseados em pesquisas. Um estudo da Universidade Harvard, divulgado no ano passado, revelou que brancos têm três vezes mais chances de se tornarem inventores do que os negros.
Outra pesquisa encomendada pelo Institute for Women’s Policy Research concluiu que apenas 18% das patentes nos EUA listam uma mulher como inventora.
O estudo do escritório de patentes publicado em outubro recomenda que o Congresso conceda à agência autoridade para coletar dados demográficos com suas próprias pesquisas confidenciais e voluntárias – admitindo que precisa ter cuidado para evitar a percepção de que esses dados podem ser usados no exame de solicitações de patentes e impedir grupos sub-representados participem.
O estudo encontrou uma variedade de fatores que levaram à sub-representação de mulheres e minorias entre os detentores de patentes, incluindo um histórico de impedimentos legais, econômicos e educacionais – da escravidão e segregação a leis que limitavam a capacidade das mulheres de possuir bens.
Há também uma falta de diversidade nos campos em que mais ideias são patenteáveis, como ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
“É difícil dizer em que local do sistema ocorre a falha exata, mas sabemos que ela ocorre”, disse Andrei Iancu, diretor do Escritório de Patentes e Marcas, em entrevista.