Mulheres e jovens são os que mais têm medo de perder emprego, aponta pesquisa
De acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o medo do desemprego tem crescido no Brasil, principalmente entre mulheres e jovens de 16 a 24 anos, bem como moradores da periferia e pessoas com baixa escolaridade.
A pesquisa aponta que o índice de 57,1 pontos, registrado em dezembro de 2020, ficou acima da média histórica, de 50,2 pontos.
Entre as mulheres, o número é mais alto do que a média, fechando em 64,2 pontos. Os homens, no entanto, apresentam 49,4 pontos. Ambos estão com mais medo do desemprego do que o identificado no último registro, em setembro de 2020.
Apesar de profissionais com grau de instrução baixo apresentarem medo elevado – medido em 59,1 pontos entre os que estudaram até a 4ª série da educação fundamental, e em 59,2 pontos entre os com o ensino paralisado entre a 5ª e a 8ª série -, os números de pessoas com educação superior também cresceram, estacionando em 54,7 pontos.
Moradores das periferias também revelam maior medo do desemprego. No entanto, o índice também é alto nas capitais, assim como no interior.
Segundo pesquisa realizada pelo LinkedIn, que entrevistou pessoas que ficaram desempregadas, existe um grande tabu em revelar sua situação. Quase metade dos entrevistados afirmou que escondeu o desemprego de alguém próximo, e mais da metade assumiu omitir o fato por vergonha.
Também quase metade dos entrevistados revelou que assumir o desemprego dificulta na hora de buscar uma nova oportunidade. Um terço deles acredita que transparecer essa informação diminui as chances de ser admitido em outro emprego. Muitos deles admitiram que a busca de emprego gera estresse e preocupação.
Devido à incerteza e queda de salários e empregos na iniciativa privada, muitas pessoas passaram a buscar concursos abertos.
De acordo com dados do Gran Cursos Online, quase 60 mil vagas devem abrir ainda este ano para concursos pelo país.
Ainda de acordo com esse levantamento, dentre os perfis dos candidatos que procuram um curso preparatório para concursos, a faixa etária de 25 a 34 anos é a que mais busca preparação – principalmente, as mulheres. Em segundo lugar, vem os jovens de 18 a 24 anos, que querem se preparar para os concursos públicos.
Os concursos que tiveram mais interesse no primeiro trimestre de 2021 foram para Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Ordem dos Advogados do Brasil, Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Polícia Civil do Estado do Pará, Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, entre outros.
Os concursos podem ajudar os desempregados que se sentem envergonhados por não ter uma posição, já que a seleção é feita por meio de provas.
Assim, quem tenta uma vaga pode se sentir tranquilo que não será estigmatizado quanto à sua condição momentânea. No entanto, para conseguir um cargo público, é preciso ficar atento aos editais dos concursos e às instruções para concorrer. Além disso, a preparação para a prova é fundamental.