Mudanças no Novo Mercado da B3 indicam que seguir métricas ESG não será mais uma opção
A sigla ESG, que em português quer dizer Governança Ambiental, Social e Corporativa, está ganhando peso na hora do investidor escolher o seu portfólio.
Na última quarta-feira, mais um passo foi dado nesse sentido: a B3 (B3SA3), dona da Bolsa brasileira, pretende incluir a métrica no Novo Mercado, segmento com níveis mais exigentes de governança.
“As próximas discussões sobre regras do Novo Mercado podem incluir temas como ESG”, disse Gilson Finkelsztain em transmissão online para jornalistas
Outra iniciativa vem da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). O órgão quer aumentar a iniciativa Relate ou Explique, que exige posicionamento das empresas em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), um conjunto de 17 objetivos globais definidos em 2015 pela Organização das Nações Unidas. Quem não divulgar esses dados, deverá se explicar.
De acordo com a XP Investimentos, as notícias são positivas para o mercado acionário brasileiro.
“Além da atual onda de mudança impulsionada pela sociedade civil e pelos investidores, também acreditamos que as mudanças impostas pela regulamentação estão e terão, cada vez mais, um papel importante em direcionar as empresas à caminho de melhores práticas ESG”, destaca a analista Marcella Ungaretti, que assina o relatório.
Apesar disso, ela ressalta que a qualidade dos dados continua sendo um desafio, ao mesmo tempo em que a padronização da divulgação é “claramente necessária, abordando não apenas o que precisa ser relatado, mas a maneira como o é”.
“Embora haja claramente muito a ser feito em relação ao tema no Brasil, dado que ainda estamos no início da jornada, evoluções como as mencionadas pela CVM e B3, se aprovadas, possuem um papel importante na evolução da agenda ESG no país”, conclui.