Mudanças no Banco Central? Entenda se governo vai alterar mandato do presidente do BC
Quando assumiu o governo, no início de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não escondeu o seu descontentamento com as regras do Banco Central de que ele não poderia alterar a direção da autoridade monetária para alguém de sua confiança.
No entanto, o calendário dos presidentes do BC pode ser alterado. Em entrevista para O Globo, o ministro Fernando Haddad afirma que não seria uma má ideia reduzir o tempo de permanência do presidente do BC para um ano após a entrada do novo presidente da República.
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“Um ano do mandato presidencial seguinte pode funcionar melhor do que dois anos, porque as decisões de política monetária têm efeito até 18 meses à frente. E há risco de um presidente indicado pelo governo anterior interferir na gestão do seguinte”, disse.
Entenda a relação entre Campos Neto e Lula
No começo do mandato, Lula fez duras críticas ao atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicado durante o governo de Jair Bolsonaro. Enquanto Lula queria o afrouxamento monetário para aquecer a economia, Campos Neto defendia a manutenção de uma Selic alta para controlar a inflação.
Haddad lembra que a transição foi atípica e delicada, porque foi a primeira vez que um presidente do Banco Central foi indicado pelo governo anterior.
“Minha relação com o Roberto sempre foi profissional […] A do Lula, assisti ao primeiro encontro, em dezembro de 2022, e não foi um bom encontro, mas não quero entrar em detalhes. Já o segundo foi muito bom. A relação institucional da Fazenda com o BC nunca teve problemas. E a do Planalto passou a não ter”, disse.
Vale lembrar que, depois de um ano tenso, Campos Neto foi convidado para o churrasco de confraternização de final de ano de Lula e até chegou a levar um presente para o presidente.