Mudança é ‘cortina de fumaça’, dizem especialistas
O novo nome do Facebook (FB) chega em um momento em que Mark Zuckerberg vê a sua empresa em uma das piores crises de sua história, alvo de milhares de documentos vazados que mostrariam que a estratégia, nos últimos anos, foi a de crescer a qualquer custo, inclusive sobre a saúde mental de seus usuários.
Assim, especialistas receberam a Meta com um certo grau de pessimismo.
Para João Vitor Rodrigues, professor de marketing digital da ESPM-Rio, o movimento tem ares de “cortina de fumaça” e pode ser pouco efetivo na relação com o público.
“Às vezes, acontece de precisar fazer uma mudança na marca porque ela expandiu para outros segmentos. Mas, no caso do Facebook, em particular, tem muito a ver com todos os problemas. Desde o escândalo Cambridge Analytica, em 2018, com tudo o que o Facebook vem enfrentando de denúncias, essa mudança me parece uma medida oportunista”, diz ele, ao Estadão.
“Vai crescendo aos olhos da população a percepção de que cada vez mais a empresa acumula problemas e apresenta soluções aquém do que seria necessário para resolver graves questões sociais que ela vem, se não criando, alimentando”, afirma Paulo Rená, professor de direito no Centro Universitário de Brasília (UniCEUB).
Segundo Zuckerberg, a mudança era necessária para que refletisse os novos segmentos a serem explorados pela empresa, entre eles, está a criação de um universo virtual, um conceito conhecido como metaverso.
Sem peso
Rodrigues afirma que a narrativa do metaverso não tem o peso necessário para sustentar o movimento da empresa. “O Facebook está antecipando a ideia de uma mudança no projeto (com o metaverso) que não está nem muito claro sobre o que se trata. A impressão é que foi uma estratégia de desviar a atenção, e não justifica a troca do nome.”
Rená acredita que o novo nome possa ser exatamente uma ferramenta na estratégia de divulgação do metaverso.