Economia

Mudança de planos: Governo quer prorrogar desoneração da gasolina; entenda

24 fev 2023, 16:05 - atualizado em 24 fev 2023, 16:05
Etanol, gasolina, combustíveis
Caso os impostos voltem ao normal, o litro do álcool terá um aumento de R$ 0,23, enquanto o litro da gasolina subirá R$ 0,69.(Imagem: Pixabay/Engin_Akyurt)

No dia 28 de fevereiro, acaba a isenção do Pis e Cofins para a gasolina e o etanol. No entanto, o governo está mexendo os pauzinhos para mudar isso e evitar um aumento nos preços dos combustíveis, e, consequentemente, maior pressão inflacionária.

Segundo publicado pelo O Globo, está sendo avaliada a prorrogação da desoneração dos impostos federais sobre a gasolina e o etanol por mais dois meses. Outra alternativa é subir os tributos gradualmente.

No caso de uma volta gradual nos impostos, a expectativa é de que a Petrobras (PETR3;PETR4) compense o movimento com uma redução do preço dos combustíveis em suas refinarias.

Se a ala política do governo conseguir esse tempo extra, irá criar um problema com o Ministério da Fazenda. A pasta é uma das maiores defensoras da volta dos impostos sobre os combustíveis e calcula que a reoneração vai garantir R$ 28,9 bilhões aos cofres públicos em 2023.

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Impacto dos impostos

Caso os impostos voltem ao normal, o consumidor verá um impacto direto nas bombas de combustíveis. O litro do álcool terá um aumento de R$ 0,23, enquanto o litro da gasolina subirá R$ 0,69.

Além disso, o fim da isenção dos impostos vai pesar no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que estava buscando um ritmo de desaceleração.

“A inflação teria um repique de mais de 60bps [0,60%] caso seja repassado integralmente, o que significa dizer que nossa perspectiva de IPCA em 2023 saltaria de 6,2% para 6,8%”, afirma Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

Desoneração dos combustíveis

No começo do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma Medida Provisória que mantinha a desoneração dos combustíveis promovida pelo governo de Jair Bolsonaro.

A redução dos impostos estava prevista para acabar no dia 1º de janeiro, mas Lula manteve a isenção até o fim de fevereiro para a gasolina e o álcool, e até o final do ano para o diesel, biodiesel, gás natural e de cozinha.