MST invade área da Embrapa, em meio a flerte de Lula com o agro e anúncio para reforma agrária
O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) invadiu uma área de Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pernambuco, no município de Petrolina, no domingo (14).
Além dessa propriedade, outras duas áreas foram invadidas: uma da Codevasf, cedida à Embrapa, e outra da Usina Maravilha, que faliu, e está desapropriada. A área da Codevasf já havia sido ocupada pelo MST.
A invasão ocorre em meio as tentativas de aproximação do presidente Lula com o setor do agronegócio. Na semana, o chefe-executivo esteve presente em uma planta frigorífica da JBS (JBSS3) recém-habilitada para exportar carne para China, ao lado de Wesley e Joesley Batista.
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Em sua conta no X (antigo Twitter), o MST ressaltou que as ocupações fazem parte da estratégia de pressionar o Governo Federal para o cumprimento dos acordos firmados em abril de 2023.
Lula lança Programa Terra da Gente
Vale lembrar que nesta segunda-feira (15) o presidente Lula deve apresentar o Programa Terra da Gente, que define estratégias para ampliar e dar agilidade à reforma agrária.
De acordo com o governo, até 2026, 295 mil famílias agricultoras serão beneficiadas com a medida. Para 2024, o governo calcula um orçamento de R$ 520 milhões para a aquisição de imóveis, que deve beneficiar 73 mil famílias.
O decreto será assinado nesta tarde pelo chefe do Executivo, em cerimônia realizada às 16 horas no Palácio do Planalto, que contará com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), César Aldrighi.
O MST também realizou ocupações em áreas nos Estados do Ceará, Goiás, São Paulo, Pará, Rio de Janeiro e Distrito Federal. O MST reivindica as áreas ocupadas para assentamento e reforma agrária.
“As ações, sobretudo, enfatizam a importância da reforma agrária como alternativa urgente e necessária para a produção de alimentos saudáveis para a população do campo e da cidade, para combater a fome, e avançar no desenvolvimento do país, no contexto agrário, social, econômico e político. Em uma conjuntura onde o orçamento da pasta dessa política pública é por dois anos consecutivos, o menor dos últimos 20 anos”, argumenta o movimento, em nota.
*Com informações do Estadão Conteúdo