MRV: Retorno ao segmento “premium” reforça a visão positiva sobre as ações
As equipes de análise do Bradesco e do BTG Pactual receberam com entusiasmo o anúncio de diversificação da atuação da MRV (MRVE3), que agora irá ampliar o foco do Minha Casa Minha Vida (MCMV) para a média renda (de R$ 200 mil a R$ 350 mil).
Gostou desta notícia? Receba nosso conteúdo gratuito
A MRV disse em um comunicado enviado ontem à noite que há um cenário macroeconômico positivo e, portanto, com oportunidade de aumentar a representatividade do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) no mix de vendas.
A construtora entende que a redução da taxa de juros vai proporcionar maior acesso aos produtos premium. Aproximadamente 10% do banco de terrenos atual da empresa poderá ser adaptado para os projetos, já que o foco é basicamente o mesmo do nível 3 do MCMV.
Segundo o BTG Pactual, o anúncio reforça o comprometimento da empresa de continuar explorando oportunidades atraentes (enquanto mantém o foco no segmento de baixa renda), reduzindo a exposição a uma única fonte de financiamento (FGTS).
O analista Gustavo Cambauva destaca que os imóveis “premium” não serão muito diferentes dos construídos pelo MCMV. “A principal diferença é que as unidades são um pouco maiores (50 – 65m², com 2-3 quartos) e as margens devem ser mais altas”, diz.
Para o analista Luiz Maurício Garcia do Bradesco, a diferenciação da MRV virá dos ganhos de escala. “Projetos baseados em construção de moldes de alumínio e crédito associativo, permitindo um ciclo mais curto do que os players tradicionais deste segmento (até 2 anos)”, diz.
Ele pontua que este ganho de escala só é possível quando não há necessidade de customização das unidades: o caso do MCMV e do segmento acima dele, “razão pela qual a MRV vê uma oportunidade de atuar neste segmento (como no passado, com uma estratégia feita sob medida).
O BTG Pactual e o Bradesco recomendam a compra das ações. Ambos projetam um preço-alvo de R$ 17.