MRV: queima de caixa e desaceleração nos lucros preocupam analistas
As primeiras reações de analistas e investidores mostram que ninguém gostou dos resultados do primeiro trimestre, divulgados pela MRV (MRVE3) na noite de quinta-feira (28). Embora a receita líquida de R$ 1,5 bilhão tenha ficado dentro do estimado pelo mercado, a incorporadora apresentou margens mais pressionadas e perda do ritmo de crescimento.
Victor Tapia e Maria Clara Negrão, que assinam o relatório da Ágora Investimentos, citam, como exemplo, a queda da margem bruta de 32%, no primeiro trimestre do ano passado, para 28% neste.
Rivais estão melhores
A dupla acrescenta que a taxa média de crescimento do lucro, nos últimos três anos, é de 9%, o que a deixa atrás das preferidas da Ágora no ramo de incorporação imobiliária, a Tenda (TEND3) e a Direcional (DIRR3), cujos lucros cresceram, em média, 11% no período.
Por isso, a Ágora reforma a recomendação para as ações da MRV é neutra, com preço-alvo de R$ 16, praticamente o valor com que o papel fechou no último pregão (R$ 15,85).
Já para a Guide Investimentos, “a grande preocupação segue sendo a queima de caixa, em função do atraso nos repasses do Minha Casa, Minha Vida pelo governo”. Como exemplo, a gestora destaca que a geração de caixa foi negativa em R$ 182 milhões no primeiro trimestre.
Os investidores parecem concordar com os analistas, e as ações da MRV operam com forte baixa no pregão desta sexta-feira (29). Por volta das 12h42, os papéis caíam 4,76% e eram cotados a R$ 15. No mesmo instante, o Ibovespa recuava 1,08%, para 86.007 pontos.