MRV (MRVE3) teve um ‘4T22 para ser esquecido’. Por que ação é destaque de alta?
As ações da MRV (MRVE3) estão entre os destaques de alta do índice Ibovespa nesta quinta-feira (09) após a companhia divulgar os resultados financeiros do quarto trimestre e o consolidado de 2022 ontem à noite.
Apesar de registrar um prejuízo líquido de R$ 322 milhões entre outubro e dezembro e ver sua dívida líquida e alavancagem avançarem no ano passado, os papéis da construtora avançavam 7%, cotados acima de R$ 6,30 por volta das 14h (de Brasília).
MRV teve prejuízo e queimou mais caixa
A MRV&Co fechou dezembro com prejuízo, queda na receita e aumento da dívida líquida. Um quarto trimestre fraco, mas “amplamente esperado”, diz a equipe de real estate do Santander. “Uma recuperação leva tempo”, acrescentam.
“A MRV teve um trimestre para esquecer”, diz o head de real estate da XP, Ygor Altero, destacando que a empresa apresentou resultados fracos impactados, principalmente, por um prejuízo líquido de R$ 333 milhões. Sendo que R$ 146 milhões ajustado para eventos não recorrentes”, comenta.
Entretanto, Altero destaca que o negócio principal da empresa de construção civil, as operações brasileiras da MRV, teve de positivo o aumento da margem bruta na comparação trimestral, a 19,4%.
Os analistas do Itaú BBA, Alejandro Fuchs, André Dibe e Daniel Gasparete, reforçam que os números foram mais fracos do que o esperado. Com isso, o Itaú segue com uma visão cautelosa devido à falta de impulso de ganhos.
Por que as ações sobem?
A equipe Santander ressalta a elevada alavancagem financeira da MRV como uma das principais razões por trás do resultado mais fraco.
Com isso, eles acreditam que a ação pode continuar com baixo desempenho até que o problema de consumo de caixa da companhia seja resolvido. “E, consequentemente, seu balanço volte a ficar saudável”, acrescentam os analistas do banco espanhol.
O analista de real estate da Empiricus Research, Caio Nabuco de Araujo, pondera que, por mais que a foto de 2022 seja desafiadora, a mensagem da administração da MRV sobre os resultados trouxe otimismo para os investidores.
“Especialmente para desalavancagem. Além disso, houve sinalização de um bom volume de vendas no início deste ano e estimativas positivas envolvendo o programa habitacional ‘Pode Entrar” em São Paulo”, comenta. O programa é da prefeitura da capital paulista e foi implementado em 2021.
O analista reforça que aborda os papéis da construtora mineira com viés negativo para a performance operacional de curto prazo.
“Principalmente quando analisamos as projeções apresentadas no mês passado, que estima uma recuperação contundente de rentabilidade e geração de caixa nos próximos três anos”, pondera.
Por outro lado, o analista da Ativa Investimentos, Pedro Serra, espera uma melhora gradual ao longo de 2023, com os lançamentos mais recentes “entrando” na receita, que já refletem repasses dos custos no valor das unidades vendidas.
