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MRV (MRVE3): Preços sobem, mas lucro tomba no 3T22. ‘Dentro do previsto’, diz CEO

09 nov 2022, 19:12 - atualizado em 09 nov 2022, 19:12
MRV
MRV reporta tombo no lucro e queda na receitas em meio à (Imagem: MRV/Divulgação)

A MRV (MRVE3) reportou lucro líquido consolidado de R$ 7,3 milhões no terceiro trimestre deste ano, um tombo de 96,2% na comparação com o mesmo período de 2021. O resultado considera as vendas da MRVSensiaUrbaLuggo e da subsidiária norte-americana Resia (ex-AHS), que juntas formam a MRV&Co.

O lucro bruto, porém, somou R$ 327,7 milhões de julho a setembro, uma queda de 32,9% na base anual, com margem bruta de 19,3%, queda de 7,8 pontos percentuais (p.p.).

A empresa viu queda também na receita operacional líquida, de 5,8% no comparativo anual, para R$ 1,69 bilhão de julho a setembro.

Ainda no período, a companhia viu as vendas líquidas totais somarem R$ 1,46 bilhão, queda de 27,3% em relação ao ano passado, enquanto os lançamentos recuaram 13,6% no mesmo comparativo, somando R$ 1,8 bilhão. Esses dados foram reportados em prévia operacional, no mês passado.

Margens com alta de preços

O CEO da MRV&Co, Eduardo Fischer, explica que, apesar da queda dos números na comparação anual muito impactada pela alta nos custos da construção civil, a companhia está conseguindo manter as margens com aumento de preços.

“Os custos explodiram nos últimos 18 meses. Agora, que estão se estabilizando. As empresas estão ganhando menos mesmo subindo preços. E aumento de preço [por unidade] está virando margem”, desta.

Ele comenta que a margem bruta de novas vendas chegou a 28% no trimestre. “Cresceu 9 pontos percentuais nos três trimestres anteriores. É muita coisa”, destaca.

A MRV fechou setembro com ticket médio em R$ 201 mil. O preço médio de venda dos produtos da MRV subiu 5,7% no comparativo anual, enquanto os da Sensia avançaram 23,3%.

MRV sente impacto do braço americano

Na prévia operacional, um dos destaques foi a queima de caixa, de R$ 1,23 bilhão, puxado pela Resia, que consumiu R$ 942 milhões referentes à dívidas do projeto.

“Como não vendemos propriedades no trimestre, a Resia consumiu capital. É um investimento muito alto, em dólar. Mas essa queima e a falta de vendas estavam dentro do previsto. Nada fora da curva, apesar de afetar o resultado da MRV&Co como um todo”, comenta Fischer.

No mesmo trimestre de 2021, a companhia gerou R$ 10,3 milhões de caixa.

Ele acrescenta que o braço americano da companhia é “um negócio muito saudável”. Mesmo com a conjuntura econômica dos Estados Unidos em meio à alta da inflação e da taxa de juros, a demanda segue maior do que a oferta, o que favorece a Resia.

“A medida que os juros sobem lá, comprar imóveis fica mais difícil e isso empurra as famílias para a locação, o negócio da Resia. Estamos sendo beneficiados sob aspecto de demanda. Como a procura lá está altíssima porque o país tem um déficit habitacional alto, assim como o Brasil, estamos relativamente protegidos”, pondera.

Acumulado do ano

No acumulado de 2022, a MRV&Co teve lucro líquido consolidado de R$ 172,3 milhões, total 69,5% abaixo do reportado um ano antes. Já a receita líquida recuou 4,7% na mesma base de comparação, para R$ 4,97 bilhões.

Conforme adiantando em prévia, de janeiro a setembro, as vendas líquidas subiram 2,1% ante o ano anterior, atingindo R$ 5,81 bilhões. Os lançamentos, porém, caíram 8,6% em relação a um ano antes, para R$ 5,66 bilhões. No ano, a MRV&Co lançou quase 22 mil unidades.

Pensando em 2023

Após os últimos resultados, Fischer deixa claro que o foco da MRV&Co em 2023 é recuperar margens. Segundo ele, o ano deve ser de consolidação da Urba e da Luggo, enquanto a MRV trabalha para estabilizar os números. “Não prevemos crescimento. Geograficamente, não estamos explorando negócios. Por isso, o foco é em recuperação”.

Em relação a Resia, ele diz que a proposta para o próximo ano é que a subsidiária “caminhe com as próprias pernas” com os ativos que ela tem, sem aportes da MRV brasileira.

“O principal objetivo será desenvolver os projetos nos terrenos já comprados e pagos que, somados ao projeto Oak Enclave, pronto e em estabilização, têm valor geral de vendas [VGV] estimado de US$ 1,53 bilhão ou R$ 8,2 bilhões. Está confortável”, pondera.

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Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
flavya.pereira@moneytimes.com.br
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