MRV (MRVE3) dispara mais de 10% nesta sexta (6) com anuncio de nova estratégia
A MRV (MRVE3) disparou no pregão desta sexta-feira (6) com avanço de mais de 10% nas primeiras horas da sessão.
Ao longo do pregão, os papéis foram pressionados pela escalada da curva de juros e fecharam em leve baixa de 0,20%, R$ 5,02.
Ontem, a construtora anunciou a troca do CEO da sua subsidiária nos Estados Unidos, a Resia, além de uma nova estratégia para se adequar ao cenário econômico americano, reduzindo a operação, estrutura organizacional e financeira.
A empresa foi comprada em 2020 e é uma das principais queixas de analistas devido a sua queima de caixa. Chegou-se a especular, inclusive, em uma possível venda, o que não ocorreu.
Com essas novas medidas, o mercado reagiu bem nesta manhã. O Bradesco BBI avaliou que a redução do tamanho da Resia reflete um ambiente mais difícil do que o esperado para o setor nos Estados Unidos e que entendem que a decisão da MRV é importante para reforçar o compromisso de melhorar sua alavancagem geral.
“A administração espera que a redução da Resia libere cerca de US$ 200 milhões em receitas líquidas nos próximos 2 anos, um valor que atualmente representa cerca de 40% do valor de mercado da MRV. Podemos ver alguns custos não recorrentes da desmobilização da Resia no 4T24, mas vemos o anúncio como positivo para as ações”, destaca Bruno Mendonça e Wellington Lourenço, que assinam o relatório.
Para os analistas da XP Investimentos, o plano está alinhado com os desafios, mas acreditam que os riscos de execução permaneçam, especialmente em relação à liquidez dos projetos.
“No geral, vemos o anúncio como um passo positivo em direção à melhoria da alavancagem por meio da redução de investimento e da diminuição das operações nos EUA, o que atende às demandas do mercado e pode gerar uma reação positiva nas ações”, apontam.
Quais medidas serão implementadas?
Entre as medidas, está a venda de sete projetos, dos quais seis estão prontos e um em construção, ao longo dos próximos 24 meses e a desmobilização de mais de 60% do landbank (banco de terrenos), com expectativa de vendas em torno de US$ 800 milhões até o final de 2026.
A Resia também reduzirá seu ritmo de lançamento para um número mínimo de propriedades de “alta rentabilidade” nos próximos dois anos. O investimento, segundo a construtora, virá do landbank atual, além de US$ 20 milhões de capital adicional e US$ 120 milhões de dívida de financiamento à construção neste período.
O início de novas obras da empresa só ocorrerá se a execução do plano de desinvestimento for bem sucedida.
Além disso, a companhia também enxugará as despesas gerais e administrativas (G&A) de US$ 35 milhões anuais para menos de US$ 10 milhões já em 2025.
*Com Renan Dantas