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MRV (MRVE3): Apesar da operação fraca no Brasil, ações seguem atrativas

17 mar 2022, 17:10 - atualizado em 18 mar 2022, 10:25
MRV
MRV deve continuar sofrendo com os impactos mais fortes da inflação no curto prazo, diz analista (Imagem: MRV/Divulgação)

Com uma operação fraca no Brasil, as vendas nos Estados Unidos representaram 62% do lucro líquido de R$ 300 milhões da MRV (MRVE3) no quarto semestre de 2021.

O baixo desempenho no principal negócio da incorporadora – imóveis de baixo padrão, sobretudo do programa Casa Verde e Amarela – tem preocupado analistas do mercado.

Ainda assim, os papéis da MRV seguem com indicação de compra de agentes relevantes, como BTG Pactual, Banco Safra, Genial Investimentos e XP Investimentos.

Para o analista Luiz Peçanha, do Safra, a MRV deve continuar sofrendo com os impactos mais fortes da inflação no curto prazo – como a alta no custo de materiais de construção, sentido por todo setor.

No entanto, ele acredita que se trata de “uma das empresas mais bem posicionadas para atuar no segmento de baixa renda”.

O analista também destaca o portfólio equilibrado da empresa, com grande flexibilidade para atuar em outros segmentos como o de médio padrão.

Queda na margem

Embora a MRV tenha encerrado o último trimestre com lucro considerável, o analista Luis Assis, da Genial Investimentos, observa que houve uma diminuição de 3,3 pontos percentuais na margem da construtora entre o terceiro e quarto trimestre do ano passado – quando o esperado pela corretora era um recuo de 1,3 p.p.

Igualmente, Ygor Altero, da XP Investimentos, considera que os resultados da incorporadora foram mistos, porém “prejudicados pela margem bruta das operações da marca MRV abaixo do esperado” – que atingiram 22,4%.

Além disso, a análise do BTG chama atenção para o aumento da dívida líquida por patrimônio da construtora – que hoje está em 40%.

Para o banco, o percentual é razoável, porém pode ser um gargalo para o crescimento operacional da AHS, subsidiária responsável pelas operações nos EUA.

Outros riscos destacados pelo BTG foram:

  1. Alto grau de sensibilidade às condições macroeconômicas brasileiras, especialmente taxas de juros e disponibilidade geral de financiamento imobiliário;
  2. Mudanças no ambiente regulatório;
  3. Gestão de um longo ciclo de capital de giro.

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