MRV (MRVE3) amarga queda de 7% na bolsa; entenda o que faz a ação cair nesta quinta (14)
Entre as maiores quedas da bolsa desta quinta-feira (14) estava as ações da MRV&Co (MRVE3). Por volta das 11h30, os papéis caiam 7,07%, a R$ 6,44.
O desempenho negativo vem após o grupo MRV&Co (MRVE3) reportar um prejuízo consolidado de R$ 12,7 milhões no terceiro trimestre de 2024 (3T24) — menor que a perda de R$ 136,5 milhões apurados na mesma etapa de 2023.
Desconsiderando os impactos extraordinários, o resultado foi um lucro líquido ajustado de R$ 17,3 milhões, reversão do prejuízo de R$ 20,9 milhões de um ano antes.
O segmento de incorporação, que inclui a marca homônima MRV e Sensia, teve lucro líquido de R$ 46,1 milhões no período, após prejuízo de R$ 87,6 milhões nos meses de julho a setembro de 2023. Com ajustes, o lucro somou R$ 76,2 milhões, depois de um resultado negativo um ano antes.
No mesmo segmento, a receita líquida totalizou R$ 2,3 bilhões, ajudada por vendas sólidas no período, que somaram R$ 2,75 bilhões, um novo recorde para a divisão, conforme divulgado em seus dados operacionais do mês passado.
Na avaliação do BTG Pactual, a construtora apresentou resultados fracos no terceiro trimestre, com uma “leve decepção” no lucro final devido a despesas de juros acima do esperado (menor capitalização de despesas financeiras, pois os projetos da Resia estão sendo entregues) e despesas gerais e administrativas (G&A) também acima do previsto.
Por outro lado, os analistas do banco a avaliam que a MRV gerou um fluxo de caixa livre sólido de R$ 178 milhões, proveniente de R$ 70 milhões nas operações no Brasil (MCMV, nicho de média renda, loteamento e multifamily), impulsionadas por securitizações (entradas líquidas de R$ 428 milhões), e R$ 107 milhões na Resia (operações multifamiliares nos EUA), graças à venda do projeto Old Cutler.
“O turnaround da MRV está demorando mais que o previsto inicialmente, mas acreditamos que as margens brutas estão melhorando no programa MCMV. E, uma vez que os projetos da Resia forem vendidos, a alavancagem deve diminuir”, pondera o BTG.
A Genial Investimentos, por sua vez, destaca que a situação operacional da companhia segue melhorando, mas entendem que os impactos financeiros ainda são insuficientes para trazer conforto de uma desalavancagem suave.
“No entanto, ressaltamos alguns riscos adicionais que nos incomodam e vêm sendo adicionados à tese de turn around, dentre eles a recuperação ainda lenta, especialmente quando comparado à Tenda, por exemplo, e risco de aumento nos custos de produção de imóveis no sul dos EUA (onde a Resia atua) devido a uma possível mudança nas políticas de imigração do presidente-eleito Donald Trump”, explicam os analistas.
Mesmo com números fracos, ambas as instituições mantêm suas recomendações de compra. O BTG destacou ainda que planeja revisar seus números.
*Com informações da Reuters