MRV (MRVE3) ainda preocupa o mercado com alavancagem alta; o que fazer com a ação?
A MRV (MRVE3) informou ao mercado que a sua subsidiária nos Estados Unidos, a Resia, vendeu o empreendimento Old Cutler localizado em Miami, por um Valor Geral de Venda (VGV) de US$ 118,5 milhões. Após o anúncio, as ações da incorporadora abriram em queda e seguiram a tendência. Às 16h30, caiam 1,23%, a R$ 7,25.
Os analistas enxergarem o movimento com um tom cauteloso, uma vez que a margem bruta da venda — 9% contra uma média histórica de 43% e de 13% na venda anterior — reflete um mercado de transações desafiador nos EUA.
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Desta forma, o Goldman Sachs entende que a transação evidencia um dos principais problemas da MRV que é o aumento da alavancagem (dívida líquida e recebíveis de crédito em relação ao patrimônio líquido) que, no segundo trimestre de 2024, atingiu 125%.
“Caso os recursos da venda (US$ 119 milhões, ou R$ 644 milhões na taxa de câmbio atual) sejam usados para reduzir dívidas, a alavancagem poderia ser reduzida para 118%”, pondera o banco.
Os analistas do Santander, Fanny Oreng, Antonio Castrucci e Matheus Meloni, também seguem a mesma linha. Eles veem pressão na alavancagem da companhia e entendem que a venda do empreendimento é um ponto importante que pode ajudar a MRV.
No início do ano, a MRV chegou a dizer em evento para investidores e analistas que a sua subsidiária americana tem uma regra de ouro de não queimar caixa e que ela ainda “será muito valiosa”.
A Resia ainda está presente em cinco outras cidades e três estados dos EUA: Dallas e Houston (Texas), Atlanta (Geórgia) e Miami e West Palm Beach (Flórida), e planeja construir 5 mil unidades por ano a partir de 2025.
Em nota, a empresa ainda destaca que a cidade de Miami vive um ciclo de grande expansão, com alta demanda por moradia impulsionada tanto por investidores quanto por novos residentes, atraídos pelo clima, qualidade de vida e oportunidades econômicas.
O Goldman Sachs segue com sua recomendação neutra para MRVE3 de R$ 8,50, o que implica um potencial de valorização de 15,8% em relação ao preço atual de R$ 7,34.
Já o Santander segue com “outperform”, ou seja, acima da média para o setor, com preço-alvo em R$ 14.