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MRV (MRVE3): Balanço frustra mercado e ação tomba junto com outras construtoras

10 nov 2022, 13:56 - atualizado em 10 nov 2022, 14:33
Construção civil
Em dia ruim para a bolsa brasileira, ações de construtoras derretem em semana cheia de balanços corporativos do setor (Imagem: José Paulo Lacerda/CNI)

As ações das principais construtoras listadas na B3, entre elas MRV, Cyrela e Eztec, operam em forte queda desde a abertura do pregão em semana de divulgação de resultados financeiros do terceiro trimestre do setor. Além do mercado digerir os resultados, o dia é ruim para a bolsa brasileira, com o índice Ibovespa em forte queda de mais de 2%, a 110 mil pontos.

Por volta das 13h40 (de Brasília), a Cyrela (CYRE3) e a Eztec (EZTC3) lideravam as perdas, caindo mais de 8%.  As duas empresas divulgam balanços trimestrais hoje, após o encerramento do pregão. Menos líquida, a Plano&Plano (PLPL3) derretia 13%.

No mesmo horário, o índice de construção civil na bolsa recuava 7,2%.

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Ressaca com balanço da MRV

Ontem à noite, a MRV (MRVE3) reportou um tombo de mais de 96% de seu lucro líquido consolidado entre julho e setembro, somando pouco mais de R$ 7 milhões. No horário acima, a ação operava em queda de mais de 6%, a R$ 8,86.

O analista da XP, Ygor Altero, avalia que a empresa mineira reportou resultados “fracos e inferiores às expectativas”, impactados principalmente pela queda acentuada do lucro líquido com a falta de vendas da subsidiária norte-americana Resia e pelo segmento da MRV estar “sob pressão”.

A equipe econômica do Santander sugere que investidores “não entrem em pânico” com a queima de caixa da Resia, que quase R$ 1 bilhão no trimestre. “As operações da subsidiária americana tem um descasamento natural de fluxo de caixa, pois só vende o empreendimento depois de totalmente construído e, na maioria das vezes, alugado”, explica.

Corte de preço-alvo, mas otimismo com 2023

A MRV tem preocupado o mercado, o que levou a revisões de preço-alvo no mês passado. Esta semana, antes dos resultados o banco Safra revisou para baixo o preço por ação, passando de R$ 24 para R$ 20,90, um “upside de 113”, disseram analistas. Apesar do corte, a recomendação de compra foi mantida pela banco.

“MRV tem valuation barato em meio à turbulência”, disseram os analistas do banco, incorporamos melhores perspectivas para o negócio principal da empresa no Brasil após as mudanças implementadas no programa Casa Verde e Amarela (CVA).

“Acreditamos que a MRV deve retomar a rentabilidade dos projetos. As mudanças implementadas do CVA não devem ter impacto imediato no resultado consolidado dado o efeito atrasado do método de contabilização utilizado”, acrescenta o Safra.

Os analistas do Bank of America (BofA) acreditam que as mudanças recentes na acessibilidade dentro do CVA devem apoiar as margens em novas vendas a partir de agora.

Porém, qualquer recuperação de lucros deverá ser gradual. “A chave a ser observada é o desempenho de vendas versus o repasse de preços. Além da recuperação de margens brutas e consequentemente, geração de caixa”, observam.

À espera de Cyrela e Eztec

Após o fechamento, saem os balanços de Cyrela e Eztec. A Cyrela é a ação preferida do segmento de alta renda por boa parte das casas de análises. Tanto que o Itaú BBA trocou a MRV pela construtora e incorporada na carteira de preferências para novembro.

“A maior liquidez da Cyrela em relação aos seus pares, sua disciplina operacional e a posição confortável de balanço, fazem da companhia como nossa preferência para se apropriar do potencial de retorno resultante dos pontos mencionados”, disse a equipe do BBA em relatório.

A equipe do Santander diz que espera números consistentes da Cyrela, com lucro líquido crescendo 5% na comparação anual impulsionado pela forte receita líquida diante do avanço das obras e resultados robustos provenientes da venda das ações da construtora e incorporadora Cury (CURY3) – que recua 4,8% no pregão de hoje.

Em relação aos resultados financeiros da Eztec, o Santander espera que a empresa reporte números melhores  na comparação anual associados à recuperação de vendas contratadas e com a margem bruta de 5,8 pontos percentuais no trimestre, explicada pelo efeito atrasado de ajustes do Índice Nacional da Construção Civil (INCC) – do IBGE -, sobre recebíveis. O dado de outubro desacelerou a alta para 0,38%.

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