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MRV, mais dados nos EUA, petróleo e mais: 5 coisas para saber antes de investir no Ibovespa nesta sexta (12)

12 jan 2024, 10:12 - atualizado em 12 jan 2024, 10:12
Ibovespa
MRV, dados econômicos dos EUA e petróleo prometem mexer com o Ibovespa nesta sexta-feira (12) (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Ibovespa (IBOV) abriu o pregão desta sexta-feira (12) sem direção definida, recuando 0,04%, a 130.593 pontos, por volta das 10h04. Na véspera, o IBOV teve um pregão tímido, seguindo a linha dos índices acionários em Wall Street, após a divulgação de dados de inflação.

dólar começou o dia com ligeira queda frente ao real. Os investidores estão de olho no salto do petróleo após aumento das tensões no Oriente Médio, enquanto monitoravam dados de inflação ao produtor dos Estados Unidos após a leitura de preços ao consumidor da véspera ter superado ligeiramente as expectativas.

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5 assuntos que vão mexer com o Ibovespa nesta sexta (12)

MRV (MRVE3) divulga prévia operacional em

MRV (MRVE3) vendeu 55% mais no quarto trimestre de 2023 ante o mesmo período do ano passado, mostra prévia operacional enviada ao mercado nesta quinta-feira (11). Segundo o documento, a empresa embolsou R$ 2,3 bilhões com vendas líquidas de incorporação. Ante o terceiro trimestre, a alta é de 4,3%.

A MRV registrou seu recorde histórico de vendas líquidas, tanto em um único trimestre quanto no ano.

“Além dessa expressiva evolução no volume de vendas líquidas, a companhia teve, também, novo aumento no ticket médio, de 2,9% no comparativo com o terceiro trimestre e de 18,6% quando comparado ao quarto trimestre de 2024”, destaca.

Também na quinta-feira, as ações da empresa desabaram em meio a boatos de que a MRV teria reduzido as projeções para 2024, com margens mais espremidas e redução do lucro projetado.

O analista Mateus Haag, da Guide Investimentos, avalia que, em relação aos resultados da companhia no Brasil, já era esperado pelo mercado que não fossem tão positivos, dado que os projetos mais antigos e menos rentáveis ainda estão passando pela DRE (em razão do PoC) e que números melhorariam significativamente a partir de 2025.

“Dito disso, apesar dos rumores de que a companhia pode apresentar um lucro muito menor do que o consenso de mercado em 2024 (R$ 600 mi, via Bloomberg), acreditamos que a companhia deve surfar as melhores condições do MCMV e cumprir o seu guidance para 2025, o que não justificaria tamanha queda”, argumenta.

Mais dados nos Estados Unidos

Hoje, sai o Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos. Vale lembrar que, ontem, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) fechou o ano de 2023 na taxa anualizada de 3,4%, acima das projeções dos economistas.

No entanto, isso parece não ter incomodado o mercado, que segue apostando em março como o início do corte da taxa de juros. As projeções de um reajuste de 0,25 ponto percentual dispararam para 70,2%, segundo o monitor CME FedWatch Tool.

Haddad quer taxar consumidores para bancar desoneração

No final do ano passado, o ministro Fernando Haddad editou uma Medida Provisória que vai contra a decisão do Congresso de manter a desoneração da folha de pagamento até 2027. A ideia da equipe econômica é promover uma reoneração gradual.

No entanto, o movimento não agradou os parlamentares e os 17 setores de economia que se beneficiam da desoneração. Esse promete ser um embate que vai demorar para ser decidido e as chances de perdas para o governo são altas.

Por isso, a Fazenda já está pensando em soluções para bancar eventuais prejuízos na arrecadação. A princípio, o plano era protocolar uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para agilizara a reoneração da tributação.

Além disso, também não está descartada a possibilidade de o governo apresentar um projeto de lei para acabar com a desoneração.

Mas existe uma outra opção que está sendo discutido e que não deve agradar os consumidores: o Ministério da Fazenda estuda acabar com a isenção de compras de até US$ 50 em compras internacionais, como nos e-commerces da AliExpressShopee Shein.

PetroRecôncavo (RECV3) divulga relatório de produção de petróleo

A produção de petróleo da PetroRecôncavo (RECV3) caiu 11,2% em dezembro ante o mesmo período do ano passado, mostra documento enviado ao mercado na quinta-feira (11).

Segundo o comunicado, a queda ocorreu devido uma paralisação temporária de parte da produção de petróleo e gás natural, no Ativo Potiguar, ocorrida ao longo do mês.

O analista da Guide, Mateus Haag, avalia o impacto como negativo, pontuando que, o consolidado, a produção de gás teve queda de 4,2% enquanto a de óleo teve queda de 16,0% no período.

“O principal motivo da queda foram as paradas para manutenção feitos no Polo Potiguar adquirido recentemente pela 3R Petroleum. Por conta disso, a Petroreconcavo fechou o ano não atingindo a projeção de produção estabelecida nos certificados de reserva”, explica.

Petróleo

O pregão de hoje promete ser de instabilidade do lado do petróleo. A commodity sobe mais de 3% após a escalada de tensão no Oriente Médio. Os Estados Unidos e o Reino Unido atacaram rebeldes do Iêmen, que são apoiados pelo Irã.

O analista Matheus Spiess, da Empiricus Research, pontua que, no cenário internacional, observa-se o retorno do preço do petróleo para perto de US$ 80 por barril nesta manhã, em resposta aos ataques.

Para ele, os fatores geopolíticos estão cada vez mais integrados à realidade dos investidores, e 2024 parece ser o ano de consolidação desse processo.