MRV (MRVE3): A casa caiu? O motivo por trás do tombo de 12% nesta terça

As ações da MRV&Co (MRVE3) caem forte nesta terça-feira (7) e estão entre as maiores quedas da Bolsa.
Por volta das 15h, o papel registrava recuo de 12%, a R$ 6,28, após abrir o pregão a R$ 6,86. Acompanhe o tempo real.
O movimento ocorre após a companhia divulgar sua prévia operacional do terceiro trimestre (3T25) com queda nas operações.
De acordo com o documento, os lançamentos somaram R$ 2,35 bilhões entre julho e setembro, recuo de 9,4% em relação ao mesmo período de 2024.
Já as vendas líquidas foram de R$ 2,4 bilhões no 3T25, diminuição de 0,5% em comparação com igual intervalo do ano anterior.
A velocidade de vendas (VSO) ficou em 22,6% no terceiro trimestre, uma queda anual de 9,8 pontos percentuais.
O que dizem os bancos? Hora de comprar ou vender?
Para o Itaú BBA, os resultados operacionais vieram fracos, embora as vendas tenham permanecido resilientes, com uma sólida velocidade consolidada.
A instituição avalia que o fluxo de caixa da MRV ainda não melhorou, e a empresa registrou queima de caixa em todos os seus segmentos de negócios, impactada por efeitos pontuais, como atrasos nas transferências devido à interrupção dos subsídios regionais.
“Os lançamentos não cresceram muito e ficaram abaixo das nossas projeções. A MRV lançou 8.752 unidades em suas plataformas (MCMV, Sensia e Urba), totalizando R$ 2,43 bilhões no 3T25, 28% abaixo das nossas expectativas.”
A casa mantém sua recomendação em market perform (desempenho em linha com o mercado) para as ações, citando um perfil risco-retorno pouco atraente no momento.
O resultado do 3T25 também ficou inferior às expectativas do BTG Pactual, que avalia que a recuperação da construtora está mais lenta do que o previsto, o que pode tornar o caminho para expansão de múltiplos mais conturbado.
“A MRV reportou números operacionais fracos, com vendas e consumo de caixa abaixo do esperado nas operações no Brasil e nos Estados Unidos”, diz o banco.
Segundo a casa, para cumprir o guidance anual (projeção), a maior parte da geração de caixa da MRV deve ocorrer no quarto trimestre (4T25).
O banco mantém recomendação de compra para os papéis, destacando que a construtora apresenta deságio de 0,8x P/VP e 5x P/L para 2026. “As ações continuam com desconto e há grande potencial de valorização assim que os resultados se normalizarem.”
Já na visão do Safra, apesar do trimestre mais fraco, a recuperação da companhia continua no caminho certo.
A instituição, que possui recomendação neutra para a empresa, aguarda um progresso mais significativo na desalavancagem, enquanto o fluxo de caixa das operações principais ainda não apresentou melhora relevante.
“Os resultados do 3T25 ficaram abaixo das nossas projeções, refletindo principalmente os atrasos contínuos nos repasses de certos incentivos estaduais. Espera-se que esses repasses se normalizem ao longo do 4T25, beneficiando o fluxo de caixa da MRV nos próximos meses”, diz o banco.
Confira a recomendação da ação pelos analistas
Instituição | Recomendação |
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BTG Pactual | Compra |
Itaú BBA | Neutro |
Banco Safra | Neutro |