MRV aposta em “construção enxuta” para ganhar 15% em eficiência no canteiro de obras
A MRV (MRVE3) está ampliando a aplicação da sua filosofia de “construção enxuta” (lean construction) em seus canteiros de obras para quase toda a totalidade de seus empreendimentos até o final deste ano.
Este método racionaliza os processos construtivos de modo a evitar desperdícios, como o retrabalho, a superprodução, o estoque, movimentações desnecessárias, esperas, transportes e processos que não agregam valor.
“Em termos de eficiência, notamos um ganho de 15%. E em termos de prazos, verificamos uma redução de 5% a 10%. São dados preliminares e que certamente ficarão mais significativos, com quocientes ainda maiores, conforme ampliarmos adoção desse modelo”, destaca Maria Gabriela Guimaraes, coordenadora de planejamento estratégico de obras da MRV.
Segundo ela, o objetivo é garantir flexibilidade na operação, já que as esteiras de trabalho são divididas por pacotes, e as equipes trabalham com suas atividades já padronizadas e no ritmo adequado para a produção diária. “Dessa forma, com o sequenciamento de obras, elas vão ficando mais produtivas, oferecendo mais qualidade, segurança, gerando menos desperdícios e agregando mais valor ao produto final”, explica a coordenadora.
Modelos 3D
Outra frente feita pela MRV é o uso da metodologia BIM (Building Information Modeling), que usa um conceito 3D e já em 100% dos projetos desde o começo do ano passado. Ela substitui as tradicionais plantas de construção e reúne todas as informações de uma obra em uma única base de dados, totalmente digital.
Dentre as principais vantagens observadas está a facilidade de compatibilização das estruturas das edificações projetadas com sistemas de hidráulica e elétrica.
“Antigamente isso era feito a partir da sobreposição de plantas e havia muitos conflitos. Alguns, inclusive, só eram identificados durante a execução das obras ou até mesmo depois. Ao mudar o processo de modelagem, com a construção virtual, a assertividade passou a ser muito grande. O projeto nasce praticamente compatível entre si. Tudo é testado ainda na fase de planejamento”, enfatiza André Jorge de Souza e Souza, gestor executivo de projetos da MRV.
Ele também menciona a possibilidade de melhor aproveitamento e ocupação de terrenos. “O BIM ajuda muito nesse sentido. A topografia dos terrenos é captada por drones, e o conteúdo já é imediatamente traduzido para o software de modelagem. Dessa forma, fica muito mais fácil buscar soluções em cima de um modelo 3D”, conclui.